O embate entre Legislativo e o Executivo está provocando retrocessos que vão causar despesas que cairão no bolso de todos os brasileiros, que assistem passivos ao país afundando cada vez mais no atoleiro. Não há inocentes nessa disputa e o eleitor precisa ficar atento a tudo o que está acontecendo e não esquecer quando for votar no ano que vem, pois a campanha eleitoral está em curso e há um jogo de versões que só confundem o pobre do cidadão.
O governo federal tem aumentado os gastos de forma expressiva com o discurso de que está beneficiando os mais pobres. Olhando para os números das contas públicas, é possível ver que, ao ampliar despesas obrigatórias de forma expressiva, como as do Bolsa Família, que passaram de R$ 35 bilhões ao ano para, pelo menos, R$ 170 bilhões, sem que cortes de outras rubricas fossem feito na mesma magnitude, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) armou uma das maiores bombas fiscais de seu terceiro mandato. Bilhões de reais gastos no assistencialismo sem uma porta de saída justamente quando o país atinge níveis baixíssimos de desemprego e o governo segue sem um bom plano para melhorar a qualidade da Educação – que é a chave para o desenvolvimento de qualquer nação.
E o Congresso Nacional também não colabora. Além de derrubar o veto aos jabutis (emendas não relacionadas ao texto) da Lei das Eólicas em Alto Mar (offshore) – que estimulam o uso de energia cara e poluente, de usinas movidas a carvão e aumentam o custo da conta de luz do consumidor – aprovaram matéria que amplia o número de deputados na Câmara de 513 para 531.
É bom lembrar que cada deputado recebe um salário mensal de R$ 47,7 mil, mas com os penduricalhos como verba de gabinete, de R$ 94,3 mil; auxílio paletó maior do que o salário, de R$ 53,4 mil; auxílio moradia de R$ 22 mil; auxílio saúde de R$ 18 mil; auxílio restaurante de R$ 16,4 mil; o custo de cada cadeira sobe para R$ 341,3 mil por mês, mais ou menos. Será que eles merecem receber tudo isso dos contribuintes? Eles dão retorno para os pagadores de impostos? Eles prestam contas do que fazem? Tem deputado que nunca apresentou um único projeto de lei, muitos nem comparecem às votações, e por aí vai…
E, para piorar, essa medida de aumento das cadeiras na Câmara, apesar de não ter um impacto fiscal como o das emendas sem transparência, de mais R$ 50 bilhões – o equivalente a 25% dos gastos discricionários (não obrigatórios) no Orçamento da União – escancaram um fato recorrente: parlamentares não estão preocupados com a transparência das contas públicas e, muito menos, com a Lei de Responsabilidade Fiscal, que completou 25 anos recentemente.
Nos países desenvolvidos, ministros, deputados, andam de transporte público ou vão trabalhar de bicicleta. Aqui, possuem um séquito de bajuladores que poderiam ser cortados pela metade. Aliás, existe uma máxima no Congresso de que se todos os servidores e parlamentares fossem trabalhar todos os dias, não haveria cadeira para todos sentarem, dado o número excessivo de pessoas – que querem ampliar em vez de reduzir.
Bofetada
Portanto, aumentar o número de parlamentares como prevê a proposta aprovada pelo Senado e pela Câmara só piora esse quadro que já é vergonhoso e dá uma forte bofetada na cara de cada brasileiro que presta, anualmente, as contas com o Leão e aguarda, com sorte, alguma restituição do Imposto de Renda.
Os últimos dias mostram que tanto integrantes do Executivo quanto do Legislativo não fazem jus aos tributos e salários pagos por todos os mais de 200 milhões de brasileiros. Essa elite privilegiada do funcionalismo dos Três Poderes da República ainda possuem um monte de penduricalhos que merecem ser cortados – isso daria uma economia e tanto para os cofres da União.
Logo, os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, deveriam ter vergonha de ter colocado a rubrica deles nessa proposta que vai na contramão do discurso do Congresso reformista. Mal assumiram o mandato e já mostram para quem estão legislando – para eles mesmos e o povo que se lasque.
Mas 2026 está chegando. Eleitores terão a chance de revisarem seus votos com afinco do passado e evitar mandar novamente ao Congresso aqueles que só lesam a Pátria e o bolso do contribuinte. É preciso lupa para achar um parlamentar que está preocupado de verdade com o equilíbrio fiscal, a transparência das contas públicas e não fica só fazendo postagem em rede social para ganhar curtidas.
O brasileiro é famoso por não saber votar direito. Já passou da hora de os eleitores terem memória e checarem como os parlamentares estão votando, pois, nas últimas sessões, falou mais alto o benefício corporativo em detrimento ao bem da nação. Há projetos importantes parados no Congresso que ajudaram a equilibrar as contas públicas e que moralizariam o parlamento brasileiro, como o teto do funcionalismo, o fim do foro privilegiado, a reforma administrativa, entre outros… Por que não desengavetar?
Os indignados podem assinar a petição https://chng.it/VgYPKd89xg. Por enquanto, havia 13 mil indignados, aproximadamente, por volta das 15h45 desta sexta-feira (27/6).