Escolher um carro para comprar costuma deixar qualquer consumidor em dúvida. Ele tem que levar em conta preço, necessidade de uso, valorização, gosto pessoal, confiabilidade da marca e por aí vai. E quando essas dúvidas surgem quando ele decide a marca e o modelo e mesmo assim fica hesitante quanto à versão a optar? No caso do Fiat Fastback, ele pode escolher, por exemplo, motorização (1.0 ou 1.3 turbos), calibração diferente (caso da Abarth), tecnologia (híbrida ou a combustão) e possibilidades de customização quase infinitas.
A coluna Multieixos testou por uma semana a Impetus, a mais equipada da linha e com motor turbo híbrido leve de 130cv de potência e 20,4kgfm de torque – e câmbio automático do tipo CVT com 7 simulação de sete marchas.
A versão custa, no site Monte o Seu, da Fiat, 167.990 (ou R$ 10 mil a menos do cobrado pela Abarth). Ao optar por um cor metálica (muito bonita, por sinal) como a cinza Silverstone com teto preto, o consumidor precisa acrescentar R$ 1.990. Incluir o Connect Me e sensor de ponto cego exige mais R$ 3.990. Por fim, com o teto solar, mais R$ 4.990.

No final, e era assim a versão testada, o comprador tem que dispor de R$ 178.960. Sem falar na aba de ofertas tentadoras de acessórios, uma das mais completas do mercado. Mas vale checar na concessionária de sua preferência: a versão está sendo ofertada com bons descontos.
O SUV cupê foi lançado em 2022 e ganhou há três meses (na linha 2026) um leve redesenho. Na verdade, a Fiat apenas adotou uma nova grade frontal, com linhas mais retas e novo acabamento em preto brilhante nas entradas de ar dianteiras. Também passou a ofertar teto solar na Impetus.
O sistema híbrido veio no fim de 2024 – e basicamente nem é percebido na condução diária, a não ser via quadro de instrumentos, que mostra a atuação do motor elétrico, a regeneração e a carga da bateria. Ah, e dependendo do comportamento do motorista, ele reduz as emissões e o consumo em até 10%, segundo a marca. E ainda garante desconto ou até isenção do IPVA (no caso do Distrito Federal, até 2027 – se a lei não for revogada até lá).
O pacote de segurança é bom para a relação padrão-preço. Mas, em vez de quatro airbags, a versão merecia seis. Vale ressaltar que a Fiat anuncia, e sempre reforça isso, que os 4 airbags são de seis zonas de proteção: frontais e laterais de tórax e cabeça para motorista e passageiros. Os sistemas de auxílio à condução (Adas) incluem frenagem autônoma de emergência, alerta de mudança involuntária de faixa, comutação automática de farol alto, monitoramento de ponto cego.
Vida urbana – Em função disso e de vários outros equipamentos de conforto e comodidade, a Impetus é a versão mais indicada para a vida urbana, para quem perde horas no trânsito em vias cada vez mais engarrafadas. Ela tem, por exemplo, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, câmera de ré e rebatimento elétrico dos espelhos retrovisores – bastante úteis para se estacionar em vagas minúsculas.
Os bancos de couro são confortáveis; o carregador de celular por indução; por demais prático. Assim como o freio de estacionamento eletrônico com função auto hold. O painel de instrumentos digital tem tela de 7″ e o multimídia de 10″. A qualidade do som não empolga, mas também não decepciona.

O ar-condicionado é digital automático, mas poderia ser bizona. O porta-malas tem dimensões caprichadas, capazes de satisfazer até uma família-buscapé. São, oficialmente, 600 litros de capacidade. E, ainda, há um bom espaço interno, resultado do teto mais elevado na traseira e dos 4,44m de comprimento, e apesar das medidas do entre-eixos (2,53m) – que é menor do que o do T-Cross (2,65m).
O desempenho do conjunto 1.0 híbrido é bom, principalmente nas saídas (não falei de acelerações bruscas, as clássicas arrancadas). Nas estradas, também passa segurança nas ultrapassagens. O consumo registrado pelo próprio carro, sem que houvesse esforço ou preocupação do condutor para reduzi-lo, foi bom.
O tanque, abastecido pela concessionária com etanol, nem esvaziou no período do teste, com um consumo de uns 9km/l a 10km/l (combinando com um trecho de 150km em rodovia). Com gasolina, segundo dados do Inmetro, o T200 híbrido faz 12,6 km/l (cidade) e 13,9 km/l (estrada). De qualquer forma, por mais que se aponte possibilidades de melhoria, é um sucesso: no varejo (tirando fora as locadoras, por exemplo), é o segundo modelo mais vendido da marca, superando até os ‘populares’ Mobi e Argo.
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O que é híbrido leve

O sistema híbrido da Stellantis é chamado pomposamente de BSG (ou Belt Starter Generator, numa tradução livre ‘gerador de partida de correia’). Trata-se de um sistema elétrico que substitui o alternador e o motor de partida, auxiliando nesta partida e no desligamento do motor a combustão. Por isso, é também conhecido como híbrido leve. Ele não faz nenhuma roda girar, mas ajuda na assistência das acelerações e, por alguns instantes, oferece potência, poupando o trabalho do motor a combustão. É alimentado por uma bateria adicional de 12V de íons de lítio (localizada sob o banco do motorista). Nem chega a acrescentar potência e torque ao carro. Na verdade, oferta uns 4cv e 1kgfm de torque a mais. Mas recupera energia durante as frenagens e desacelerações e recarrega as baterias. O sistema start-stop (desliga o motor a combustão em paradas e religa-o rapidamente por meio do elétrico) é meio chato por desativar o ar condicionado. Não, nem adianta tentar desabilitar o start-stop. Isso não é permitido.