O comércio de picapes médias no Brasil em 2024 foi liderado pela Toyota Hilux, com mais de 50 mil emplacamentos. A seguir, vêm a Ford Ranger, com 31,9 mil; a Chevrolet S10, com 27,4 mil; a Mitsubishi L200, com 10,9 mil. Em todo o mundo, o desempenho da caminhonete é também significativo: com 513,4 mil unidades vendidas, ela só perde para as Ford F-Series (903,5 mil) e a Chevrolet Silverado (639,9 mil). Em algum lugar fora dos Estados Unidos, a terra-mãe dos picapeiros, ela lidera. A que se deve esse sucesso?
No geral, e já fazendo um resumo da constatação ou percepção obtidas, esse desempenho se deve à robustez (raramente quebra) e à consistência em diferentes tipos de terreno, especialmente em estradas. No caso deste teste específico, foram uns 200 quilômetros por rodovias de terra batida na região de Olhos d´Água de Goiás, usando-se inclusive a tração 4×4.

É um percurso pequeno, claro, mas esqueçamos a peculiaridade: os números de vendas mostram que a reputação conquistada – ser um carro resistente e duradouro – não foi, portanto, à toa. Ela, de fato, suporta condições de uso exigentes – e alie a esse fato o bom pós-venda (e nível de confiança mecânica) da Toyota. Sem falar que tem um dos menores índices de desvalorização entre as picapes.
Também vale destacar o interior da versão avaliada, com bancos aconchegantes de couro e com ajuste elétrico apenas para o do motorista e uma central multimídia modesta com espelhamento Android Auto e Apple CarPlay, por exemplo. A posição elevada de dirigir e a excelente altura do solo dão uma sensação diferente na condução. Os materiais usados são de qualidade. O isolamento acústico poderia ser mais eficiente. A suspensão é dura? Bastante, mas a Hilux não é carro para uso urbano.

É um veículo seguro, que ganha sempre boas notas nos testes de colisão. A SRV tem 7 airbags e até oferece assistente de permanência em faixa e alerta de colisão frontal. E, pelo tamanho das picapes, são fundamentais os sensores de estacionamento e a câmera de ré com guias. Mas poderiam ser incluídos outros sistemas de auxílio à condução.
No entanto, aqui vai a primeira menção negativa: a direção é muita dura de manejo e o freio de mão manual está ultrapassado, só para ressaltar. Os diretores da Toyota no Brasil poderiam ser menos conservadores, adotando direção com assistência elétrica e freio de mão eletrônico – até pelo preço cobrado por esta versão. São R$ 311,6 mil, com frete incluso e na cor metálica cinza, para Brasília – algo bem acima do praticado pelas concorrentes. A experiência de condução, apesar dos pesares, é positiva – especialmente na estrada.

Conjunto de força – Um dos pontos fortes da Hilux é o motor 2.8 turbodiesel, recentemente atualizado para atender às novas regulamentações de emissões de poluentes. O modelo manteve, na versão testada, os 204cv de potência e torque de 50,9 kgfm. Em ultrapassagens e retomadas, ela exige um ‘pé pesado’ e atenção do motorista: boa aceleração não é o forte de picapes a diesel, mas principalmente da Hilux. Números da própria Toyota mostram que para fazer de 0 a 100 km/h ela precisa de 12,1 segundos. O consumo, até pelo uso do diesel e pelo porte do veículo, é no limite do aceitável, digamos assim: em torno de 10km/l na cidade e de 11km/l na estrada.
Garantia estendida
Outro fator que ‘incentiva’ a aquisição de uma Hilux é novo: a possibilidade que, por meio do programa Toyota 10, o dono estenda a garantia de fábrica dos modelos a até 10 anos – e sem custo adicional. O benefício é ativado automaticamente após o término do período de 5 anos da cobertura atual, desde que as revisões sejam realizadas nas concessionárias da marca.
A Toyota explica que a cobertura adicional é renovável a cada 12 meses ou 10.000km e contempla peças de carroceria, sistema de arrefecimento, componentes elétricos e eletrônicos, motor, transmissão e freios. Mas até o limite máximo de 60 meses (totalizando 120 meses quando somados à garantia inicial) e 200.000 km para uso particular ou 100.000 km para uso comercial – o que ocorrer primeiro. O programa também estará disponível para unidades da Hilux produzidas desde 2020 (desde que estejam elegíveis pelos critérios da cobertura).
Aplicativo
Do ponto de vista tecnológico, a SRV ganhou sistema que permite ao dono consultar status do veículo, histórico de viagens, lembrete para revisões, indicadores de consumo e diagnóstico de falhas diretamente no aplicativo Toyota App. Ele também permite rastreamento e imobilização de veículo roubado e emite alertas remotos de limite de velocidade e acionamento do alarme.