A picape Rampage, fabricada em Goiana (PE), vendeu no ano passado 23,6 mil unidades – um aumento de 174% em relação a 2023. Com esse desempenho, o Brasil foi o segundo maior mercado global da Ram, atrás apenas dos Estados Unidos. No primeiro bimestre deste ano, por sinal, a Rampage já aparece em quarto lugar no ranking geral entre as compactas e médias – segmento historicamente dominado pelas Toyota Hilux, Chevrolet S10 etc. Agora, a versão diesel da marca ganha pelo mais três motivações de venda: o novo motor 2.2 turbo de 200cv, a inclusão de mais equipamentos de segurança (principalmente de auxílio à condução) e o preço, semelhante ao das equipadas com motor a gasolina.
O blog Multieixos testou a Rebel equipada com o novo motor a diesel, recém-lançada no país. É certo que esse universo picapeiro evoluiu tanto que mais as antigas saltitantes e desconfortáveis agora se parecem com carros de passeios. Mas, neste caso, o novo 2.2 da Rampage deu um upgrade na conexão entre motoristas (até os exclusivamente urbanos) e picapes. O primeiro detalhe da nova Rampage a chamar a atenção é o silêncio da cabine, motivado por um conjunto de motor e câmbio muito bem acertado – e, claro, por ajustes de vedação acústica.
Não, não é preciso pé pesado de caminhoneiro para tirá-la da imobilidade. É uma saída suave, mas ágil e capaz de aproveitar cada um dos 45,9kgfm de torque já aos 1.500rpm. Isso garante melhor consumo, mais conforto e segurança (em largadas e ultrapassagens) e, digamos assim, menos estresse. A troca de motor faz parte das regras de adequação à legislação ambiental, mas traz ganhos significativos em relação ao anterior, um 2.0: elevação de 18% na potência e de 29% no torque, segundo os engenheiros da marca. Sem falar que o conjunto de suspensão deixa a vida ‘suave’ ao passar por buracos, bocas-de-lobo e outras tranqueiras das nossas vias.

Em suma: um carro que já era muito bom e confortável ganhou um motor mais potente e ainda ficou mais econômico. Claro que o consumo está atrelado às condições geográficas do lugar e até do peso do pé do motorista, mas na semana à disposição do Correio Braziliense as médias foram bem equilibradas: 11km/litro nas vias urbanas e até 15km/litro nas rodovias. Por isso, ganhou do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV) a nota A, a máxima.
Quanto à agilidade, a marca garante aceleração de 0 a 100 km/h em menos de 10 segundos; e retomadas de 60 a 100 km/h e 80 a 120 km/h em 6,4 e 8,0 segundos, respectivamente. Bom lembrar: mesmo em altas velocidades, há grandes rolagens da carroceria, aumentando a segurança (e melhorando a sensação de controle do carro).
Segurança
A Rebel 2.2 diesel também traz boas novidades de segurança, por conta da inclusão do sistema de assistência à direção de nível 2 (o chamado Adas). Ela vinha com alerta e frenagem autônoma de emergência no pacote Adas 1. No entanto, a tecnologia foi ampliada e ganhou assistente ativo de direção, que combina o uso da centralização de faixa e piloto automático adaptativo, fazendo que ela seja capaz de fazer curvas de forma autônoma em vias sinalizadas, mantendo uma velocidade pré-definida.
Assim, além do contorno de curvas, a aceleração e a frenagem também podem ser feitas sem a atuação do condutor. Os auxílios, claro, exigem que o motorista mantenha as mãos no volante e atenção à via, sendo apenas uma camada extra de segurança. Para permitir a detecção das mãos do condutor, a Ram trocou o volante com revestimento premium. Ah, são sete airbags disponíveis (dianteiro, lateral dianteira, cortina – dianteiro e traseiro – e de joelho para motorista).
Internamente, a Rebel traz revestimento em couro preto, ar-condicionado digital de duas zonas e carregador de celular por indução. A direção elétrica é extremamente leve, mas progressiva: quanto maior a velocidade, mais dura ela fica). O acabamento, no geral, incluindo os mimos de conveniência e conforto, é padrão Ram. Por exemplo: são seis portas USB, três delas do tipo C (carregamento rápido)
Gasolina ou diesel?

A Rampage Rebel a diesel, a versão testada, tem preço sugerido de R$ 265.990 (na cor vermelha). A escolha de outro implica R$ 2 mil a mais. Se o cliente optar pelo pack Elite, que oferece banco elétrico do passageiro de 12 vias (8 posições + 4 lombar), sistema de som Premium de 10 alto-falantes com subwoofer certificado pela Harman Kardon e luzes ambiente em LED, ele tem que desembolsar mais R$ 6 mil. Isso eleva o preço para R$ 273.990. Bem, peguemos o preço básico (R$ 265.990) e comparemos com a Rebel movida a gasolina (R$ 268.990). Leve em conta o preço dos combustíveis, durabilidade de motor, força, consumo e – claro – escolha a diesel.
E mais
Outras versões – As Ram importadas (1500, 2500 e 3500) têm desempenho razoável: a 1500 emplacou 1.231 unidades, um bom número para um picape com dimensões fora do padrão brasileira, mas teve queda de 7,4% ; a 2500, por sua vez, 6,4%; a 3500, a mais cara da marca, despencou 44,8% nas vendas.
Motor da Titano? Não, o propulsor turbodiesel usado pela Rampage não é o mesmo posto pela Stellantis na Fiat Titano. Trata-se da evolução do 2.0, com um sistema de injeção mais eficiente e inteligente, turbo de geometria variável e coletor de admissão variável.