A riqueza ambiental dos manguezais capixabas convive com um cenário de pressão crescente, resultado direto da expansão urbana desordenada que marca a região metropolitana de Vitória.
Esses ecossistemas, essenciais para o equilíbrio costeiro, enfrentam a combinação de avanço imobiliário, poluição e perda de habitat, um conjunto de ameaças que coloca em risco tanto a biodiversidade quanto o modo de vida das comunidades que dependem do mangue para sobreviver.
Ainda assim, resistem como guardiões naturais da costa, essenciais para a proteção das bacias hidrográficas, para a segurança alimentar de comunidades tradicionais e para o avanço de iniciativas da chamada Economia Azul, baseada no uso sustentável dos recursos marinhos.
Nesse cenário, a Bloom Ocean, negócio de impacto voltado à conservação marinha e costeira, apresenta em 12 de dezembro, no Sesc Glória, em Vitória, o documentário “Impacta Oceano: Mangue é Vida”. Com entrada gratuita e 20 minutos de duração, a obra propõe ampliar o debate ao iluminar as experiências de quem vive, pesquisa e empreende no entorno do maior manguezal urbano do país.
Ecossistemas-chave
Os manguezais capixabas desempenham funções essenciais ao equilíbrio ambiental, contribuindo para o armazenamento de carbono, servindo de berçário para inúmeras espécies marinhas e fortalecendo a proteção da linha de costa diante de eventos climáticos cada vez mais extremos.
Esses ecossistemas também garantem a subsistência de populações tradicionais que dependem da pesca e da coleta de mariscos para manter seus modos de vida.
Pesquisadores alertam que a degradação contínua desses ambientes compromete toda a cadeia hídrica, da nascente ao mar, afetando tanto a biodiversidade quanto atividades econômicas ligadas à pesca, ao turismo e à agricultura. A urgência de preservação, portanto, extrapola o campo ambiental e alcança dimensões sociais e econômicas.
Inovações que nascem no mangue
Entre as iniciativas que apontam novos caminhos para o uso sustentável dos manguezais, o documentário destaca a experiência de reaproveitamento das cascas de mariscos, que passam por um processo de transformação até se tornarem um pó utilizado como insumo agrícola.
Essa solução amplia a renda de marisqueiras, reduz o descarte inadequado de resíduos e consolida um ciclo produtivo que gera benefícios simultâneos para o meio ambiente, para as comunidades do mangue e para agricultores do estado.
A produção também evidencia a dimensão cultural e simbólica desse território, reforçando o vínculo histórico das comunidades com o ecossistema.
Serviço
- Documentário “Impacta Oceano: Mangue é Vida”
- Data: 12 de dezembro
- Horário: 18h
- Local: Sesc Glória, Vitória (ES)
- Entrada gratuita