BNDES lança Chamada de Clima de R$ 5 bi para fundos verdes

O BNDES lançou edital para fundos de investimento em projetos de descarbonização, transição energética, agricultura verde e conservação ambiental

Banco estima que aportes públicos atraiam cerca de R$ 13 bi em capital privado. Foto: Miguel Ângelo/CNI

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançou nesta segunda-feira (1º/9) a Chamada de Clima, edital público com orçamento de até R$ 5 bilhões para selecionar fundos de investimento voltados a projetos de descarbonização industrial, transição energética, infraestrutura climática, tecnologia para agricultura verde, restauração ecológica, reflorestamento e conservação de florestas.

A iniciativa faz parte da estratégia de retomada de investimentos da BNDES Participações, subsidiária integral do banco, em fundos de renda variável. Podem se candidatar fundos já existentes ou que sejam criados especificamente para este edital, nas modalidades Fundos de Equity e Fundos de Crédito, com prazo de inscrição até 20 de outubro. Propostas com participação de investidores estrangeiros também são aceitas, e o resultado será divulgado em janeiro de 2026.

Segundo o BNDES, serão selecionados até cinco fundos de equity, totalizando até R$ 4 bilhões em aportes do banco. Até três fundos serão voltados à Transformação Ecológica — transição energética, descarbonização e tecnologia para agricultura verde, e até dois à Soluções Baseadas na Natureza —reflorestamento, manejo florestal sustentável, silvicultura regenerativa e preservação de ecossistemas. Nos Fundos de Crédito, serão escolhidos até dois fundos em cada modalidade, somando até R$ 1 bilhão em investimentos.

O presidente do banco, Aloizio Mercadante, afirmou que a Chamada de Clima é a maior voltada para fundos da história do BNDES e pode transformar a carteira da instituição. “Com foco na mitigação climática, reforça nosso compromisso com a sustentabilidade ambiental e estimula a participação de investidores privados em setores estratégicos para o desenvolvimento sustentável”, destacou.

Capital privado 

O banco estima que os aportes públicos possam atrair cerca de R$ 13 bilhões em capital privado, totalizando R$ 18 bilhões em investimentos. Nos fundos de equity, o investimento poderá chegar a 25% do capital comprometido, com limite de R$ 1 bilhão por fundo na modalidade de transformação ecológica e R$ 500 milhões na modalidade de soluções baseadas na natureza. Nos fundos de crédito, a participação máxima será de 50% do capital, limitada a R$ 500 milhões por fundo.

Os fundos de equity investem em valores mobiliários que representam participação nas empresas investidas, como ações e debêntures conversíveis. Já os fundos de crédito aplicam recursos em títulos de crédito ou direitos creditórios, incluindo FIDCs, cadeias produtivas do agronegócio e Fundos de Investimento em Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagros).

De acordo com o banco, o apoio via fundos amplia o acesso das empresas a capital e crédito de longo prazo, incentiva melhorias de gestão e dinamiza o mercado de capitais. Atualmente, o capital comprometido do BNDES em fundos de participação e crédito soma R$ 8,4 bilhões, que, com recursos de outros investidores, chegam a aproximadamente R$ 36 bilhões, resultando em uma alavancagem de três vezes o capital investido.