BB anuncia meta de R$ 500 bi em crédito sustentável até 2030

As metas incluem ainda R$ 200 bilhões em agricultura sustentável, R$ 30 bilhões em energia renovável e R$ 5 bilhões em bioeconomia

Presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, e a Ministra do Meio Ambientem, Marina Siva. Foto: Luiz Filipe Bastos/BB

O Banco do Brasil lançou nesta segunda-feira (1º/9), em Brasília, a nova edição da Agenda 30 BB, que prevê R$ 500 bilhões em saldo de crédito sustentável nos próximos anos. O documento, que chega à 10ª versão e completa 20 anos, reúne compromissos de longo prazo e o Plano de Sustentabilidade do banco para o ciclo 2025-2027.

As metas incluem ainda R$ 200 bilhões em agricultura sustentável, R$ 30 bilhões em energia renovável e R$ 5 bilhões em bioeconomia. Também foram ampliados compromissos de diversidade, como a presença de 50% de mulheres e 50% de pessoas pretas, pardas, indígenas e de outras etnias sub-representadas em cargos de liderança.

“É mais que um plano, é uma visão de futuro que envolve todas as áreas do banco e consolida o papel do Banco do Brasil como protagonista na transição para uma economia de baixo carbono, inclusiva e resiliente”, disse a presidente da instituição, Tarciana Medeiros.

No campo ambiental, o BB projeta reduzir em 42% as emissões diretas até 2030 e recuperar 1,5 milhão de hectares de áreas degradadas. Outro compromisso é apoiar 1,4 milhão de empresas lideradas por mulheres e ampliar a cidadania financeira de 7,5 milhões de jovens das gerações Alfa e Z.

O Plano de Sustentabilidade 2025-2027 traz ainda 100 ações estratégicas voltadas à geração de negócios sustentáveis e ao fortalecimento de práticas ASG.

Agenda transversal

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que esteve presente no lançamento, destacou a importância de integrar economia e ecologia. “A agenda ambiental não é setorial, é uma agenda transversal”, enfatizou. “Há mais de 20 anos, começamos o desafio de que era fundamental que instituições financeiras trabalhassem com critérios de sustentabilidade. Ver isso se materializando na agenda BB30 e no BNDES é um grande avanço”, disse.

Para a ministra, o fortalecimento do sistema ambiental é essencial para garantir investimentos sustentáveis e combater práticas irregulares. “Como é que a gente vai conseguir falar de desenvolvimento sustentável se ao lado de quem faz manejo florestal sustentável, alguém explora madeira de forma irregular dentro de unidades de conservação, terras indígenas ou públicas, sem investimento em sustentabilidade? Fortalecer o sistema é importante”, afirmou.

Para o futuro, Marina defendeu a restauração e o uso consciente dos recursos naturais. “Tenho um sonho de que façamos um Acordo de Basileia 4, para que a natureza seja considerada lastro para investimentos, e transformar parte desse dinheiro em restauração, consolidação e uso com sabedoria dos nossos recursos naturais”, concluiu.