A moda brasileira ganha um novo símbolo de inovação e consciência ambiental com o primeiro brim produzido a partir da fibra de malva amazônica — matéria-prima natural, renovável e 100% brasileira.
A Vicunha, referência mundial em sustentabilidade têxtil, apresentou o tecido durante o São Paulo Fashion Week (SPFW), onde ele estreou nas passarelas em looks exclusivos da marca Normando, expoente da moda amazônica contemporânea.
A criação do brim resulta da união entre tecnologia industrial e saber tradicional, gerando um produto que vai além da estética. O tecido representa um avanço estratégico para a bioeconomia amazônica, modelo de desenvolvimento que combina geração de renda, valorização cultural e conservação ambiental.
A fibra é cultivada por comunidades ribeirinhas no Pará, seguindo os ciclos naturais de seca e cheia dos rios — sem desmatamento, irrigação artificial, agrotóxicos ou fertilizantes químicos. O processo respeita o ritmo da floresta, ao mesmo tempo em que garante emprego, renda e autonomia às famílias locais.
Esse modelo produtivo transforma a malva em símbolo de uma economia da floresta em pé, onde o valor é gerado a partir da regeneração, não da exploração. “Desenvolver tecidos com a fibra amazônica é mais que inovação, é uma revolução sustentável que une conservação ambiental e responsabilidade social”, afirma Renata Guarniero, gerente de Marketing da Vicunha.
Floresta como futuro
Nas passarelas do SPFW, o tecido ganhou forma nas criações da Normando, marca que dialoga entre ancestralidade amazônica e design contemporâneo. O resultado é uma coleção que traduz a força da natureza em texturas e tons terrosos, celebrando a brasilidade e o respeito à floresta.
O brim de malva não é apenas um novo tecido, é um manifesto da moda brasileira por um futuro sustentável. A inovação reafirma o potencial do país em liderar o movimento global de reconciliação entre produção, natureza e identidade cultural.
Ao transformar uma planta nativa da Amazônia em matéria-prima de alto valor agregado, as comunidades envolvidas mostram que a transição ecológica passa pela valorização da biodiversidade e do conhecimento tradicional. Com a COP30 se aproximando, o tecido de malva se consolida como símbolo do que o Brasil pode oferecer ao mundo: soluções sustentáveis que nascem da floresta e apontam para o futuro.