Ouro valoriza 26,6% no ano e é o maior destaque entre os investimentos de 2025

Conforme levantamento feito pela Elos Ayta, ouro foi a aplicação com melhor retorno em 2025, acumulando valorização de 26,6% até 31 de julho, enquanto a Bolsa avança 10,6% no mesmo período

barras de ouro/Reprodução jingming pan iysrk/DA Press

Enquanto as incertezas aumentam por conta da guerra tarifária deflagrada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, –, a Bolsa registra o pior desempenho mensal no ano e o ouro aparece como o melhor investimento de 2025.

No acumulado de janeiro até 31 de julho, o ouro foi “destaque absoluto” entre as aplicações financeiras, conforme levantamento feito pela Elos Ayta, registrando valorização de 26,64%, reflexo do receio global com ativos de risco e de um ambiente macroeconômico instável.

A corrida de investidores pelo ouro é tradicional quando as incertezas aumentam em meio às expectativas de desaceleração da economia global devido ao tarifaço de Trump a vários países, inclusive o Brasil, que começará a ser taxado em 50% em grande parte dos produtos exportados para os EUA.

Em seguida, o índice de Small Caps  da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), que reúne empresas de menor capitalização, acumulou alta de 18,38% – o que representa o melhor ano desde 2019, quando avançaram 58,19%, de acordo com Einar Rivero, CEO e fundador da consultoria.

Na terceira colocação, ficou o Bitcoin, com rentabilidade de 11,49% no acumulado desde janeiro, “consolidando-se como uma reserva alternativa em meio ao ruído político e econômico internacional”, na avaliação de Rivero.

O Índice IBovespa (IBovespa), principal indicador da B3, contabilizou ganho de 10,63% no acumulado do ano, o melhor desempenho desde 2023, quando acumulou alta de 22,82% ao longo de 12 meses. A valorização da Bolsa vai na contramão do aperto monetário do Banco Central que manteve a taxa básica de juros (Selic) em 15% ao ano na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) desta semana e avisa que os juros devem seguir elevados por um período “bastante prolongado”. Normalmente, juros altos são ruins para a renda variável.

O índice IDIV,  que reúne empresas boas pagadoras de dividendos, avançou 10,33%, e o IFIX, índice de fundos imobiliários, subiu 10,27%, no mesmo período.

Dólar registra queda histórica

O grande destaque negativo de 2025 é o dólar. A divisa norte-americana acumula desvalorização de 9,53% no ano pelo cálculo da PTax – média das cotações no mercado financeiro calculada pelo Banco Central.  Foi a pior performance anual desde 2016, quando a Ptax desabou 16,53%, considerando o ano fechado. 

“O enfraquecimento da moeda norte-americana frente ao real reflete, entre outros fatores, a desaceleração da economia dos Estados Unidos, a queda nos juros e a melhora na percepção fiscal do Brasil”, afirmou Rivero.

O índice BDRX, que reflete os Brazilian Depositary Receipts, também aparece no campo negativo, com recuo de 1,70%, refletindo a fraqueza das ações internacionais dolarizadas. O Euro Ptax fecha a trinca negativa com leve queda de 0,5% no ano.

Desempenho em julho

No mês de julho, a renda variável amargou perdas no mês, embaladas com o aumento da aversão ao risco acentuado por conta da sobretaxa de 50% dos Estados Unidos nos produtos brasileiro e seus desdobramentos sobre a pauta de exportações brasileiras. Os principais indicadores da B3 caíram com força, conforme levantamento feito da Elos Ayta. 

O índice de Small Caps, que reúne empresas de menor capitalização, liderou as perdas com tombo de 6,36% – o  pior desempenho mensal desde dezembro de 2024, quando recuou 7,83%. 

O IBovespa amargou queda de 4,17%, cravando o pior mês em 2025, o mais negativo desde dezembro de 2024, quando escorregou 4,28%. O IDIV, que reúne empresas boas pagadoras de dividendos, registrou baixa de 2,97%, pior marca do ano.

Conforme o levantamento feito por Einar Rivero, da Elos Ayta, o Bitcoin mostrou resiliência e registrou ganhos de 12,01% em julho, seguido pelo índice BDRX com 6,15% e pelo dólar Ptax, que subiu 2,66% no mês.

“Julho foi um mês para repensar estratégias. A renda variável brasileira sofreu, mas o ano ainda apresenta saldo positivo para boa parte dos ativos, especialmente aqueles ligados a commodities e criptomoedas”, destacou Einar Rivero.