ROSANA HESSEL
A inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), recuou 0,08% em junho, conforme dados divulgados, nesta terça-feira (11/7), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O dado negativo mensal está levemente abaixo do consenso das expectativas do mercado, em torno de -0,10%, mas é a primeira deflação para os meses de junho desde 2017. A queda da inflação, impulsionada pelo recuo de preços dos grupos de alimentos e bebidas e de transporte, é a primeira registrada desde os três meses de desempenho negativo do IPCA, de julho a setembro de 2022. No acumulado do ano, o IPCA avançou 2,87% e, no acumulado de 12 meses encerrados em junho, o indicador avançou 3,16%.
Conforme levantamento do TradeMap, comparando com 13 aplicações, somente em três delas houve perda de poder aquisitivo nos três períodos analisados: mensal, no acumulado em 12 meses e no acumulado do ano (janeiro a junho). Ouro, dólar e euro foram os três investimentos que tiveram perdas acima da inflação.
No mês de junho, por exemplo, o melhor retorno foi o do Índice Bovespa (IBovespa), principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), com valorização de 9% seguido pelo índice de dividendos (IDiv) e o índice de Small Caps, com valorização de 8,78% e de 8,17%, respectivamente. Ouro, dólar e euro registram rentabilidade negativa e inferior ao IPCA.
Vo acumulado de 2023, o Bitcoin teve o melhor desempenho entre as aplicações analisadas, de 65,35%, seguido pelo Brazilian Depositary Receipt (BDR), certificados no Brasil de empresas sediadas no exterior. O índice Small Caps fechou o pódio com alta de 13,26% no mês.
Na terceira comparação, que abrange o acumulado em 12 meses até junho, o Bitcoin novamente registrou o melhor retorno, com valorização de 37,32%, seguido pelo Ibovespa com alta de 19,83% e índice de Small Caps, com avanço de 19,79%.
“O dólar, euro e ouro registram rentabilidade negativa e perderam poder aquisitivo diante do IPCA”, destacou Einar Rivero, head comercial do TradeMap. Segundo ele, o Bitcoin teve cinco meses positivos e um negativo no semestre. Em maio, desvalorizou 8,21%.