O Nordeste é a região brasileira mais favorável à proposta de redução da jornada máxima de trabalho no Brasil, atualmente de 44 horas semanais, com escala de seis dias de trabalho e um de descanso. Ao todo, 74% dos nordestinos são favoráveis à mudança na Constituição e 19% são contra, de acordo a pesquisa “Os brasileiros e a jornada de trabalho”, realizada pela Nexus – Pesquisa e Inteligência de Dados, e divulgada nesta terça-feira (8/4).
No cenário nacional, 65% dos entrevistados nas cinco regiões do país são a favor da aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que trata do fim da escala 6×1 e 27%, contrários. A região Sudeste é a que tem o segundo maior percentual de aprovação da matéria, com 66% dos entrevistados favoráveis à mudança.
No Norte, o percentual favorável foi de 59%, no Centro-Oeste, de 57%, e, no Sul, de 56%. De acordo com o levantamento, entre os sulistas, Neste último, 36% da população afirmaram ser contra a proposta e 4% não são nem a favor, nem contra.
De acordo com o levantamento, 42% acreditam que trabalhar quatro dias por semana e folgar três, sem redução do salário, traria impactos positivos para o país. Outros 30% apontam impactos negativos e 22% que não faria diferença. O Sul foi a única região em que a maioria dos moradores pensa que essa jornada reduzida seria mais negativa (40%) do que positiva (36%). Outros 18% afirmaram ser indiferente.
Já o Sudeste e o Nordeste concentram o maior percentual da população otimista em relação às mudanças na jornada de trabalho, de 46% e de 43%, respectivamente.
Conforme a pesquisa, a população brasileira está dividida em relação ao impacto da redução das horas trabalhadas para o desenvolvimento econômico. No cenário nacional, 40% acreditam em benefícios, 27% em prejuízos e 27% foram indiferentes. Nas regiões Sudeste, Nordeste e Norte, prevalece a visão de que a medida seria mais benéfica, de 43%, 42% e 34%, respectivamente. Já no Sul e no Centro-Oeste, 35% dos moradores de das duas regiões consideram que haveria prejuízos.
A qualidade de vida dos trabalhadores é a área em que os brasileiros acreditam que haverá mais benefícios (65%) com a redução da jornada de trabalho. Outros 15% responderam que trabalhar menos não faria diferença e 16% que traria prejuízos. No Sudeste, 71% dos entrevistados veem benefícios e a região foi a única região com taxa acima da média nacional. Já o Centro-Oeste, com 56%, é a região que menos vê o impacto positivo e a que mais vê prejuízos (22%).
Em relação à produtividade, o Sudeste é a região em que os habitantes mais acreditam que menos horas trabalhadas trariam benefícios, o equivalente a 59%, e, em seguida, vem o Nordeste, com 56%, ambos acima da média nacional de 55%. O otimismo é menor nas outras três regiões do país: Sul, com 50%, Centro-Oeste, com 49%, e Norte, com 48%.
A pesquisa também informou que, em todas as regiões, o dia a mais de descanso seria usado, principalmente, com a família. O tempo de qualidade em casa foi citado por 49% dos nordestinos, 47% dos moradores do Sudeste e do Sul e 46% dos que vivem no Norte e Centro-Oeste como prioridade. Em seguida, para os moradores do Sul (27%), do Norte (23%) e do Sudeste (22%), o dia livre seria usado para renda extra.
A Nexus entrevistou para a pesquisa 2 mil cidadãos acima de 16 anos nas 27 unidades federativas entre os dias 10 e 15 de janeiro. A margem de erro no total da amostra é de 2 pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%.
Veja alguns destaques da pesquisa

