As estimativas do mercado para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) continuam piorando, tanto para este ano quanto para 2025.
Conforme dados do boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (1º/7), pelo Banco Central, a mediana das estimativas do mercado financeiro para a inflação oficial de 2024 foi revisada para cima pela 8ª semana seguida, passando de 3,98%, na semana passada, para 4%, nesta semana. Essa revisão reflete também o aumento da projeção do câmbio, com a cotação do dólar elevada de R$ 5,15 para R$ 5,20, patamar que deve se repetir em 2027, pelas estimativas do mercado.
Para o próximo ano, a mediana da projeções para o IPCA tiveram a 9ª revisão de alta consecutiva, passando de 3,85% para 3,87%. As previsões para o indicador de 2026 e de 2027, foram mantidas em 3,60% e em 3,50%, respectivamente, e todas as estimativas seguem acima do centro da meta, de 3%.
“As expectativas de inflação de curto prazo continuam a subir e as expectativas de inflação de longo prazo cimentaram-se acima da meta de inflação e as expectativas de inflação a médio prazo não vinculadas provavelmente refletem o prêmio de risco político, ou seja, a expectativa de que as metas fiscais não serão cumpridas e que as autoridades fiscais e monetárias estão inclinadas a se acomodarem com a inflação acima da meta”, alertou o economista Alberto Ramos, economista do banco norte-americano Goldman Sachs. Segundo ele, o prolongamento das expectativas de inflação a médio prazo acima da meta “poderia contaminar e endurecer os mecanismos de formação de preços e tornar mais dispendioso para o banco central atingir a meta de inflação”.
A mediana das projeções para o PIB deste ano ficou estável em 2,09%, mas, para 2025, o mercado reduziu a perspectiva de alta de 2% para 1,98%.
As previsões para a taxa básica da economia (Selic) para o fim deste ano foram mantidas no atual patamar dos juros básicos, de 10,50% ao ano.