A inflação oficial desacelerou em março, na comparação com fevereiro, mas segue registrando altas acumuladas acima do teto da meta, de 4,50%, impulsionada pelo aumento de preços dos alimentos. Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta sexta-feira (11/4), a variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 0,56%, dado 0,75 ponto percentual abaixo da taxa de fevereiro, de 1,31%.
O dado veio em linha com a mediana das estimativas do mercado do boletim Focus, do Banco Central, de 0,56%. E, apesar da desaceleração, o percentual foi o maior IPCA para um mês de março desde 2023, quando houve variação de 0,71%. O dado anteriormente divulgado era 2023, mas foi corrigido pelo órgão ligado ao Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO). Em março de 2024, a variação do índice de custo de vida para as famílias com até 40 salários mínimos mensais foi de 0,16%.
No ano, o IPCA acumula alta de 2,04% e, nos últimos 12 meses encerrados em março, o indicador acumula alta de 5,48%, dado acima acima dos 5,06% dos 12 meses imediatamente anteriores, o que mantém o alerta do Banco Central de que 2025 será mais um ano de descumprimento da meta determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), o que contribui para que analistas continuem prevendo que a taxa básica de juros (Selic), atualmente em 14,25% ao ano, encerre dezembro em 15% anuais e siga em dois dígitos, pelo menos, até 2028.
De acordo com o IBGE, todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados apresentaram variação positiva na passagem de fevereiro para março, ficando entre o 0,10% do grupo Educação e o 1,17% do grupo Alimentação e bebidas — responsável pelo maior impacto no IPCA de março, de 0,25 ponto percentual, respondendo por cerca de 45% da variação do indicador.
Entre os vilões da inflação, o tomate, o ovo de galinha e o café moído tiveram destaque em março, com altas de preço de 22,55%, 13,13% e 8,14%, respectivamente, conforme os dados da pesquisa do IBGE. Mas no acumulado em 12 meses o café disparou 77,78%, conforme os dados do órgão. O índice de difusão, que mostra o espalhamento da alta de preços nos itens pesquisados, ficou estável em março, repetindo variação de fevereiro, de 61%.
Curitiba e Porto Alegre foram as capitais com maior a variação do IPCA em março, de 0,76%, mas no acumulado em 12 meses, Belo Horizonte foi a primeira entre as pesquisadas a registrar alta acima de 6%, após o indicador avançar 0,41%. Brasília registrou a menor variação do índice inflacionário no terceiro mês do ano, de 0,27%, com acumulado em 12 meses de 5,61%.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação das famílias mais pobres, registrou variação de 0,51% em março, acumulando alta de 5,20% em 12 meses, dado acima dos 4,87% observados no mesmo período até fevereiro. Em março de 2024, a taxa foi de 0,19%.