IPCA acelera para 0,18%, em novembro, abaixo do esperado pelo mercado

Indicador da inflação oficial acelera 0,09 ponto percentual em relação a outubr,o para 0,18%, e acumula alta de 4,46%, em 12 meses, taxa dentro do teto da meta pela primeira vez desde setembro de 2024

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, avançou 0,18%, em novembro, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Apesar da aceleração de 0,09 ponto percentual (p.p.) em relação a outubro, quando o indicador registrou variação de 0,09%, o dado ficou abaixo da mediana das estimativas do mercado, de 0,20%, em relação ao mês anterior – conforme levantamento do boletim Focus, do Banco Central, que está com o Comitê Política Monetária (Copom) no segundo dia da última reunião do ano.

O consenso entre analistas do mercado é de manutençaõ da taxa básica da economia (Selic), de 15% ao ano, nesta Superquarta de decisões do mercado financeiro. A mediana das projeções do mercado indicam a Selic começando a cair no próximo ano, quando a taxa deverá encerrar dezembro em 12% anuais.

No ano, o IPCA acumula alta de 3,92% e, nos últimos 12 meses, o índice ficou em 4,46%, abaixo dos 4,68% dos 12 meses imediatamente anteriores. É a primeira vez que o indicador fica abaixo do teto da meta, de 4,50%, desde setembro de 2024, quando acumulou alta de 4,42%, e essa acomodação da carestia também está relacionada com as promoções da Black Friday, de acordo com analistas. Em novembro do ano passado, a variação havia sido de 0,39%.

Conforme os dados do IBGE, em novembro, o índice de difusão dos preços voltou a subir, passando de 52% dos produtos e serviços pesquisados, em outubro, para 56%, em novembro. Dos nove grupos da pesquisa do IPCA, cinco registraram alta de preços em novembro. Despesas pessoais avançaram 0,77% e habitação, 0,52%, com ambos o maior impacto no indicador, de 0,08% p.p. cada.

No grupo despesas pessoais, o destaque foi o subitem hospedagem registrou elevação de 4,09%, e apresentou impacto de 0,03 p.p. no índice mensal. Essa variação do subitem em Belém foi de 178,93%, em função da realização da 30ª Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre mudanças climáticas, a COP30, realizada entre os dias 10 e 21 de novembro na capital paraense.

O grupo vestuário avançou 0,49%, em novembro em relação a outubro, enquanto transportes teve variação de 0,22% e educação, de 0,01%, na mesma base de comparação. Os demais ficaram no campo negativo: artigos de residência (-1,00%), comunicação (-0,20%), saúde e cuidados pessoais (-0,04%) e alimentação e bebidas (-0,01%).

Entre as capitais pesquisadas, Goiânia registrou a maior variação mensal do IPCA entre as 16 capitais pesquisadas pelo IBGE, com alta de 0,44%, em novembro na comparação com outubro, acumulando 4,71% em 12 meses. Fortaleza ficou em segundo lugar, registrando 0,42% de alta na mesma base de comparação. Em terceiro lugar ficou Brasília, que registrou alta de 0,28%, no IPCA mensal, e de 4,42%, no acumulado em 12 meses. São Paulo e Vitória são as cidades com as maiores taxas acumuladas do IPCA, de 5,04% e 5,31%, respectivamente.