A avaliação negativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na primeira rodada de 2025 da pesquisa Genial/Quaest “O que pensa o mercado financeiro”, divulgada nesta quarta-feira (19/3), recuou levemente para 88%, em março, frente aos 90% de dezembro de 2024. Contudo, apresenta um salto de 24% para 58% na avaliação negativa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na mesma base de comparação. A avaliação positiva do ministro Haddad caiu de 41% para 10% no período e ele é considerado o ministro mais fraco do governo por 85% dos entrevistados.
De acordo com o levantamento da Quaest em parceria da Genial Investimentos, a expectativa em relação à economia brasileira também continua negativa. Para 83% dos entrevistados haverá piora na atividade econômica e 58% deles apontam para uma recessão. E, em relação à inflação, 82% afirmaram que ela terminará este ano maior do que em 2024.
Felipe Nunes, diretor e fundador da Quaest, destacou nas redes sociais que a pesquisa mostra que o mercado continua rejeitando Lula, piorou a avaliação do ministro da Fazenda, “mas aprova Galipolo no Banco Central”.
Além disso, conforme o levantamento, 90% das respostas afirmaram que a redução do imposto de importação de vários produtos alimentícios, como carne, sardinha e azeite, não vai baixar os preços dos alimentos. Apenas 8% acreditam na eficácia da medida.
Críticas à Gleisi
Em relação ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, 66% dos entrevistados avaliam que o governo do republicado será negativo para a economia brasileira. Apesar disso, 78% são de opinião de que as tarifas impostas por Trump terão impacto pequeno sobre a atividade doméstica.
Pesam nessa visão negativa do governo, segundo a pesquisa, a avaliação de que a reforma ministerial não resolverá o problema de governabilidade na opinião de 98% dos entrevistados. Para 90% deles, a indicação de Gleisi Hoffmann para chefiar a Secretaria de Relações Institucionais da Presidência “foi um erro”, pois o motivo da reforma ministerial foi defender a base aliada, em vez de ampliá-la, no entender de 89% dos entrevistados.
Logo, 58% das respostas acreditam que o governo tem baixa capacidade de aprovar sua agenda no Congresso Nacional.
Aprovação do Banco Central
Enquanto isso, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, é avaliado positivamente por 45% e tem sua gestão avaliada como regular por 41%. Apenas 8% o avaliam negativamente. De acordo com a pesquisa, a gestão de Galípolo corresponde às expectativas de 49% dos entrevistados e está melhor que o esperado para 20%, enquanto 28% consideram cedo para avaliar.
Em relação às decisões do presidente do BC, 58% consideram que é muito cedo para avaliar, enquanto 38% dizem que foram decisões técnicas e 5% apontam para decisões políticas.
As projeções do mercado para o ano apontam para uma inflação acumulada de 6,01%, bem acima do teto da meta, de 4,50%, e dólar a R$ 5,96 no fim do ano. Hoje, no segundo dia da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, decidirá novamente por um aumento na taxa básica da economia (Selic), atualmente em 13,25% ao ano, para 14,25% anuais.
Eleições
A pesquisa dedicou um bloco à eleição presidencial de 2026 e constatou que a expectativa da candidatura do presidente Lula à reeleição está em queda. Em março de 2024, 86% acreditavam nessa possibilidade; em dezembro, esse percentual passou para 70% e, nesta rodada, recuou novamente, agora para 60%.
Há um ano, 53% apontavam Lula como favorito, contra 47% que acreditavam em derrota. Nesta edição, 66% acreditam que o presidente sairia derrotado, contra 27% que apostam na reeleição. Caso Lula não seja candidato, o ministro Fernando Haddad é apontado por 57% como o provável candidato da esquerda. O governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos), é o candidato com mais chance de vencer a esquerda nas próximas eleições na opinião de 93% dos entrevistados.
Veja alguns destaques da pesquisa:

