Genial/Quaest: Desaprovação de governo Lula fica estável em 51%

Conforme Pesquisa Genial/Quaest, desaprovação do governo de Lula manteve-se em 51%, em setembro e avaliação de que gestão está pior do que o esperado aumentou de 45% para 50%

Presidente Lula e autoridades no desfile de 7 de Setembro - Ed Alves/DAPress

A gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é desaprovada por 51% dos eleitores, conforme dados da 17ª rodada da Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (17/9). O percentual não sofreu alteração em relação à edição anterior, de agosto. A aprovação da administração do petista também ficou estável em 46%.

Apesar de a desaprovação de Lula permanecer estável entre agosto e setembro, a percepção de que o governo está pior do que o esperado avançou de 45%, em agosto, para 50%, em setembro. Aqueles que consideravam que o governo está melhor do que o esperado passou de 16% para 21%, na mesma base de comparação. 

Para 48% dos entrevistados, a economia piorou nos últimos 12 meses, percentual levemente acima do registrado em agosto, de 46%. Essa variação, de certa forma, reflete o aumento de 60% para 61% no percentual dos entrevistados que consideraram que o preço dos alimentos subiu.

Além disso, houve avanço de 70% para 72% na taxa de eleitores que avaliam que o poder de compra hoje é menor do que o comparado há um ano. Conforme os dados da pesquisa, para 58% dos eleitores o Brasil está indo na direção errada, percentual levemente acima dos 57% computados em agosto.

Regionalmente, a aprovação do governo Lula entre os eleitores do Nordeste manteve-se em 60% – maior percentual entre as regiões do país – entre agosto e setembro. No Sudeste, passou de 42% para 41%, no Sul subiu de 38% para 39%, e, no Centro-Oeste/Norte avançou de 44% para 45%, na mesma base de comparação. Enquanto isso, a desaprovação ficou estável em 37% no Nordeste; manteve-se em 55% no Sudeste; recuou de 61% para 60%, no Sul, e de 53% para 52%, no Centro-Oeste/Norte.

Conforme os dados do estudo, 61% dos eleitores concordam com a afirmação de que Lula perdeu a conexão com o povo — taxa dois pontos percentuais abaixo do registrado em maio, de 63%. Por outro lado, 35% discordam com essa afirmação. 

Tarifaço de Trump

Desde março, quando atingiu o pico de 57%, a desaprovação do governo Lula vinha caindo após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar o tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros, em retaliação ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF). E, ao que tudo indica, essa ajuda do republicano para a desaprovação do petista diminuir parece que deu uma estagnada, aparentemente momentânea.

Conforme os dados da pesquisa, o tarifaço dos EUA é reprovado pela maioria dos entrevistados, mas não afetou os resultados do levantamento. A avaliação geral do governo também mostrou estabilidade, uma vez que a negativa passou de 39%, em agosto, para 38%, em setembro. A avaliação positiva ficou estável em 31% na mesma base de comparação. 

A estabilidade repete-se em todas as regiões e recortes sociodemográficos – gênero, idade, renda, escolaridade, religião, segundo o levantamento. Para 73% dos entrevistados, Trump está errado ao impor aumento de taxas sobre os produtos brasileiros por acreditar que há uma perseguição a Bolsonaro. Esse percentual é maior do que o registrado na pesquisa anterior, de 71%. 

Na avaliação do cientista político e principal executivo (CEO) da Quaest, Felipe Nunes, o tema do tarifaço não se esgotou, porque a percepção dos eleitores é de que a inflação ainda vai piorar. Segundo a pesquisa, 74% dos entrevistados acreditam que o aumento de tarifas pelos EUA ainda vai prejudicar a vida deles.

“Embora a maioria continue avaliando negativamente o tarifaço – o que ajuda o presidente Lula no debate – esse efeito foi neutralizado por outros temas domésticos e não gerou ganho extra nas pesquisas. O efeito do tarifaço no Brasil tem semelhança com o que aconteceu no México, onde a alta das tarifas impulsionou a popularidade da presidente Claudia Sheinbaum, que subiu quatro pontos percentuais e voltou ao mesmo patamar dois meses depois”, destacou Nunes, em nota.

O levantamento feito pela Quaest em parceria com a Genial Investimentos ouviu 2.004 pessoas presencialmente entre os dias 12 e 14 de setembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais. 

Veja alguns destaques da pesquisa