Genial/Quaest: Com ajuda de Trump, desaprovação de Lula diminui para 51%

Tarifaço do presidente dos EUA, Donald Trump, contra o Brasil contribui para segunda queda consecutiva na desaprovação do governo, que atinge menor patamar do ano em agosto, segundo Pesquisa Genial/Quaest

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante cerimônia de assinatura da Medida Provisória “Brasil Soberano”. Palácio do Planalto, Brasília – DF. Foto: Ricardo Stuckert / PR

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, segue ajudando a melhorar a avaliação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que registrou o menor índice de desaprovação do ano na quinta rodada da Pesquisa Genial/Quaest de 2025, divulgada nesta quarta-feira (20/8).  

De acordo com o levantamento, o petista é desaprovado por 51% dos eleitores, apresentando a terceira queda seguida desde o pico da rejeição, de 57%, registrado em março. A melhora é resultado do tarifaço de 50% imposto Trump aos produtos brasileiros, que passou a vigorar no último dia 6, e da queda dos preços dos alimentos.

A aprovação do governo petista melhorou na mesma base de comparação. Passou de 40%, em março, para 46%, em agosto.  O percentual dos eleitores que avaliam o governo Lula negativo passou de 40% para 39% entre julho e agosto. Enquanto isso, aqueles que acham o governo positivo, subiu de 28% para 31%.

A pesquisa indicou que a desaprovação do governo diminuiu em todas as regiões pesquisadas, menos no Sul, onde permaneceu estável em 61%. O Nordeste foi a região com o maior recuo, de 44% para 37% entre julho e agosto. A aprovação, no mesmo período, avançou de 53% para 60%. 

Conforme os dados da Quaest, o percentual de eleitores que afirmaram saber da carta de Trump para Lula aumentou, passando de 60% para 84% entre julho e agosto. E, para 71% dos entrevistados, o presidente norte-americano está errado ao impor taxas por acreditar que existe perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Para 48% dos eleitores, Lula e o PT estão fazendo o que é mais certo, percentual acima do registrado na edição anterior, de 44%. E, para 28% dos entrevistados, Bolsonaro e seus aliados é que têm razão. Outros 15% acham que  ninguém está certo nessa guerra tarifária e de versões.  

“A percepção do comportamento do preço dos alimentos trouxe alívio às famílias e reduziu a pressão sobre o custo de vida. Ao mesmo tempo, a postura firme de Lula diante do tarifaço imposto por Trump foi vista como sinal de liderança e defesa dos interesses nacionais. Menos pressão inflacionária somada à imagem de um presidente que reage a desafios externos ajudam a explicar o avanço de sua aprovação neste momento”, disse cientista político e CEO da Quaest, Felipe Nunes.

Sobre o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos articulando com o governo dos EUA para adotar medidas contra o Brasil, 69% afirmam que o parlamentar licenciado está defendendo os próprios interesses e da família. Apenas 23% acreditam que ele está defendendo os interesses do Brasil.  Governadores de São Paulo, Minas, Goiás e Paraná também tiveram a imagem arranhada junto ao eleitorado. 

Na avaliação de 77% dos eleitores, a população brasileira será prejudicada pela sobretaxa de Trump, porque os preços dos alimentos devem subir. A maioria (67%) defende que o Brasil negocie com os EUA, enquanto 28% pensam que o país deveria reagir taxando os produtos norte-americanos. Em relação à possibilidade de sucesso nas negociações, as opiniões se dividem no levantamento: 48% acreditam que Lula conseguirá um acordo e 45% dizem que não.

Para 46% dos entrevistados, nos últimos 12 meses, a economia brasileira piorou – mesmo percentual da pesquisa anterior, realizada em julho. Outros 30% acreditam que a economia ficou do mesmo jeito e 22% consideram que houve melhora. 

A pesquisa foi ampla, ouviu 12.150 pessoas entre os dias 13 e 17 deste mês, e é o maior panorama político em oito estados brasileiros. Nacionalmente, foram 2004 entrevistados. A margem de erro estimada da pesquisa é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, e o índice de confiança é de 95%.

Veja alguns destaques da pesquisa: