Como o esperado pelo mercado, o Fomc – comitê de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos – manteve, nesta quarta-feira (31/7), a taxa básica norte-americana no intervalo de 5,25% a 5,50% ao ano e reforçou que está “está fortemente comprometido” em retornar a inflação ao seu objetivo de 2% anuais. Contudo, não houve sinalização de que o ciclo de corte dos juros começará em setembro.
De acordo com o comunicado, a decisão dos diretores do Fed, presidido por Jerome Powell, foi unânime. No texto, eles informaram que os indicadores recentes sugerem que a atividade econômica continuou a se expandir em um ritmo sólido. “Os ganhos de empregos foram moderados e a taxa de desemprego aumentou, mas continua baixa. A inflação diminuiu no ano passado, mas continua um pouco elevada. Nos últimos meses, houve algum progresso em direção à meta de inflação de 2% do Comitê”, destacou a nota.
“A decisão era esperada, e uma parte do mercado achava que, já no comunicado, aparecesse uma mensagem bem clara de que eles estariam projetando um corte de juros a partir de setembro. Mas essa nota não traz isso e repete bastante o anterior, com algumas mudanças de palavras, e que continua analisando os riscos, o que leva a entender que, além da inflação, o Fed está olhando também para o mercado de trabalho, que poderia ser interpretado como uma preparação do terreno para o novo ciclo de ajuste monetário na próxima reunião do Fomc”, afirmou o economista Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos.
Mais tarde, o Banco Central brasileiro divulgará o resultado da 5ª reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). O consenso entre analistas é de que o comitê manterá a taxa básica da economia (Selic) em 10,50% ao ano.
A nota do Fed ainda informou que “os riscos para atingir suas metas de emprego e inflação continuam a se mover para um melhor equilíbrio”. “A perspectiva econômica é incerta, e o Comitê está atento aos riscos para ambos os lados de seu mandato duplo”, acrescentou o documento.
O Fomc ainda destacou que não espera que seja apropriado reduzir a meta até que tenha adquirido maior confiança de que a inflação está se movendo de forma sustentável em direção a 2%. Além disso, o Comitê continuará reduzindo suas participações em títulos do Tesouro e títulos de dívida de agência e lastreados em hipotecas de agência. O Comitê está fortemente comprometido em retornar a inflação ao seu objetivo de 2%.
“Ao avaliar a postura apropriada da política monetária, o Comitê continuará monitorando as implicações das informações recebidas para a perspectiva econômica. O Comitê estaria preparado para ajustar a postura da política monetária conforme apropriado se surgirem riscos que possam impedir a obtenção das metas do Comitê”, acrescentou o texto.