No dia em que o dólar volta a subir e registra valorização de 1,07% e encerra o pregão desta segunda-feira (10/3), cotado a R$ 5,852 para a venda – maior patamar desde o início de março –, as principais empresas listadas nas bolsas dos Estados Unidos enfrentaram uma forte desvalorização em meio às trapalhadas do presidente Donald Trump. Conforme levantamento feito pela consultoria Elos Ayta, as perdas somaram US$ 4,33 trilhões, desde 20 de janeiro, dia da posse de Trump, até hoje.
Esse montante é pouco mais de duas vezes superior ao valor nominal do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil registrado em 2024 (R$ 11,7 trilhões), considerando a cotação atual da divisa norte-americana e que equivale a aproximadamente US$ 2 trilhões.
De acordo com o levantamento da consultoria, as perdas das empresas norte-americanas equivale a 6,2 vezes a capitalização total das empresas listadas na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), estimada em US$ 699 bilhões. E, somente no pregão de hoje, a perda das empresas listadas em Wall Street foi de US$ 1,61 trilhão, o que representa 2,3 vezes a Bolsa brasileira.
“O movimento foi ainda mais acentuado entre as Seven Magnificents – grupo que inclui gigantes como Apple, Microsoft, Nvidia e Tesla –, que, sozinhas, perderam US$ 2,54 trilhões desde janeiro. Isso equivale a 3,6 vezes o valor de todas as empresas da B3. Apenas no dia 10 de março, essas sete empresas viram US$ 759 bilhões evaporarem”, destacou Einar Rivero, CEO e fundador da Elos Ayta.
Entre as maiores quedas individuais, a Nvidia perdeu US$ 762 bilhões desde janeiro, enquanto a Tesla viu seu valor de mercado diminuir em US$ 655 bilhões. “A forte desvalorização dessas gigantes tecnológicas levanta questões sobre o futuro da bolsa americana e a resiliência dos mercados emergentes diante de movimentos globais de aversão ao risco”, acrescentou Rivero.
As bolsas norte-americanas encerraram o pregão de hoje no vermelho em meio ao pessimismo dos investidores de Wall Street após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump admitir, em entrevista à Fox News ontem, o risco de recessão em meio à guerra tarifária entre os EUA e os principais parceiros comerciais. O Índice Dow Jones recuou 2,08%, e o Nasdaq desabou 4%. Já o Índice Bovespa, principal indicador da B3, registrou queda de 0,41%, a 124.519 pontos.
“Os mercados daqui ficaram muito sensíveis ao estresse nos Estados Unidos, e o movimento de venda de ativos afetou câmbio e Bolsa”, explicou Alexandre Espirito Santo, economista-chefe da Way Investimentos. Ele lembrou que as ações das empresas norte-americanas estão cotadas a um valor “muito acima do razoável”, e, portanto, quando há queda nos valores, ele acaba sendo bastante intenso.
Veja os detalhes das perdas das empresas norte-americanas:
