Enquanto a queda de mais de 15% no barril do petróleo no mercado internacional, nos últimos 30 dias — devido ao aumento das incertezas globais e aos riscos de uma desaceleração da economia mundial devido ao tarifaço dos Estados Unidos –, não se reflete nos postos de gasolina de fato, o consumidor brasileiro da classe média, que não é beneficiado pelas tarifas sociais da conta de luz do governo federal, vai ter que preparar o bolso a partir de maio com a mudança da bandeira tarifária.
Pelos cálculos do Instituto Acende Brasil, a incidência da bandeira amarela vai implicar aumento na fatura mensal de R$ 3,30 para uma residência com consumo médio em torno de 160 kWh/mês, que corresponde a R$ 155, sem o adicional na conta de luz, ou seja, a bandeira verde. Logo, isso representa aumento médio de 2,2% na tarifa.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou que, no mês de maio, haverá a incidência da bandeira tarifária amarela, o que representa um acréscimo de R$ 1,89 para cada 100 kWh consumidos na conta de luz.
Impacto na inflação
De acordo com estimativas do Acende Brasil, essa mudança vai ter um impacto de 0,07 ponto percentual na inflação oficial, medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em março, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apresentou alta de 0,56%, na comparação com o mês anterior, e acumulou avanço de 5,48% em 12 meses, acima do teto da meta, de 4,50%.
A mudança da bandeira tarifária verde para amarela indica que haverá a necessidade de acionamento de usinas termelétricas de custo operacional mais elevado, para complementar o abastecimento do setor elétrico diante da demanda projetada. O Instituto Acende Brasil destaca que as bandeiras tarifárias foram um avanço essencial na regulação do setor elétrico, implementado a partir de 2015 para refletir tempestivamente os custos de energia.
“A definição da bandeira tarifária não é feita arbitrariamente: ela segue uma metodologia pré-definida que considera os recursos hidrelétricos disponíveis, o custo da energia (o PLD – Preço de Liquidação de Energia, definido pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), e eventuais gerações adicionais necessárias para a segurança energética do sistema”, explica a instituição que prevê outra mudança de bandeira tarifária no mês que vem.