A confiança das pequenas indústrias registrou forte queda em janeiro de 2025 e atingiu o menor patamar desde junho de 2020, no auge da pandemia da covid-19. Conforme dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgados nesta segunda-feira (3/2), o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) para pequenas empresas recuou 2,8 pontos em relação a dezembro de 2024, passando de 49,6 para 46,8 pontos.
Foi a 4ª queda consecutiva do indicador da CNI, que acumula recuo de 5,2 pontos desde setembro de 2024. De acordo com a pesquisa, o resultado demonstra um aumento do pessimismo da pequena indústria que já vinha sendo registrada desde dezembro de 2024, quando o ICEI das pequenas empresas ficou abaixo do patamar de 50 pontos. O dado de janeiro também está abaixo da média histórica, de 48,2 pontos.
De acordo com o índice de desempenho das indústrias de pequeno porte passou de 47,5 pontos, no terceiro trimestre de 2024, para 46,8 pontos no quarto trimestre. Apesar da queda, de acordo com o documento, “a CNI considera o resultado positivo, visto que está acima da média histórica, de 44 pontos, e da marca registrada no 4º trimestre de 2023, de 45,9 pontos”.
A CNI calcula o desempenho da pequena indústria a partir de uma ponderação entre volume de produção, número de empregados e utilização da capacidade instalada efetiva em relação ao usual. Quanto maior o índice, melhor o desempenho das empresas.
Maiores problemas
Em meio às perspectivas de mais aumentos na taxa básica da economia (Selic), que passou para 13,25% na última quarta-feira, o problema que mais cresceu na avaliação dos empresários das pequenas indústrias da construção foi a elevada taxa de juros, segundo a pesquisa da CNI.
No terceiro trimestre, os juros altos figuravam na 3ª posição do ranking das principais preocupações, apontado por 24,2% das empresas. Esse percentual saltou para 34,7%, no quarto trimestre, levando o problema para a 1ª colocação na listagem. E, na 2ª colocação, aparece a elevada carga tributária, apontada por 33,9% dos industriais. Em seguida, a competição desleal, apontada por 23,7%.
O índice que mede a situação financeira das indústrias de pequeno porte também registrou queda na passagem do terceiro para o quarto trimestre de 2024, passando de 42,8 para 42 pontos. E, de acordo com os dados do Panorama da Pequena Indústria (PPI), a percepção dos empresários sobre as finanças das empresas piorou. O indicador considera, entre outras coisas, a avaliação dos entrevistados sobre margem de lucro operacional e facilidade de acesso ao crédito.
Outro indicador do estudo, o Índice de Perspectivas das indústrias de pequeno porte, que captura as expectativas dessas empresas em relação aos próximos seis meses, ficou praticamente estável em janeiro de 2025, variando 0,1 ponto frente a dezembro, de acordo com a sondagem da CNI, para 48,2 pontos. O valor do índice sugere certa moderação do otimismo, pois se encontra relativamente próximo da média histórica, de 46,9 pontos. O Índice de Perspectivas encontra-se 1,2 ponto abaixo do registrado em janeiro de 2024.