Com alta de 1,4% no PIB, Brasil fica em segundo lugar no ranking global

Alta de 1,4% do PIB no segundo trimestre coloca o Brasil na vice-liderança de ranking global, ao lado de Arábia Saudita e Noruega, segundo Austin

O crescimento de 1,4% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no segundo trimestre de 2024, na comparação com os primeiros três meses do ano, ou seja, na margem, colocou o Brasil na segunda posição do ranking global elaborado pela Austin Rating com as economias que já divulgaram seus dados de PIB.

A listagem elaborada pela agência brasileira de classificação de risco, com 58 países, é liderada pelo Peru, que registrou avanço, na margem, de 2,4%, no PIB do segundo trimestre. O Brasil, em segundo lugar, empatado com Arábia Saudita e Noruega, apresentou crescimento de 1,4%, acima da média geral, de 0,4%, e dos países do Brics – grupo das economias emergentes composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul –, de 1,1%.

De acordo com o economista-chefe da Austin, Alex Agostini, o desempenho do PIB brasileiro não teve uma surpresa pontual, mas ficou acima do esperado praticamente em todos os setores, com exceção da agropecuária, que apresentou queda de 2,3% na margem. “A agropecuária veio fraca, como o esperado, por conta da entressafra no segundo trimestre, mas a indústria (com alta de 1,8%) veio muito forte, assim como serviços”, destacou. Ele contou que a Austin revisou a previsão de crescimento do PIB deste ano, passando de 1,9% para 2,8%.

Efeitos nos juros

Na avaliação de Alex Agostini, outra surpresa foi o crescimento dos investimentos, de 2,1% no segundo trimestre, que acabou refletindo a queda dos juros no início do ano. Ele lembrou que a questão dos gastos da administração pública, que cresceram no mesmo ritmo do consumo das famílias, de 1,3% no segundo trimestre, podem fazer com que o Banco Central volte a aumentar os juros ainda neste mês. 

O Banco Central parou de cortar os juros e deixou a taxa básica da economia (Selic) estável em 10,50% ao ano nas duas últimas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), em junho e em julho, diante da piora do quadro fiscal, principalmente. “Esse resultado positivo e acima do esperado pode resultar em juros mais altos”, alertou Agostini.

Na avaliação do economista da Austin, o BC deverá começar a aumentar os juros, ainda neste mês, na reunião dos dias 17 e 18. Ele prevê alta de 0,25 ponto percentual na Selic, “moderando a curva”. “Se começar com 0,50 ponto percentual, o Copom poderá sinalizar que a situação é mais grave do que parece. A dúvida, então, será como os membros do comitê devem analisar esse cenário”, explicou.  Para Agostini, há fatores suficientes para a alta de juros chegar a 11,75% no fim deste ano, porque “o fiscal não está ajudando” e os diretores do BC serão obrigados a voltar a aumentar a taxa de juros.

Veja abaixo os cinco primeiros países do ranking da Austin:

País Taxa de crescimento no 2tri

1º Peru 2,4%

2º Arábia Saudita 1,4%

Brasil 1,4%

Noruega 1,4%

3º Irlanda 1,2% 4,9%

4º Holanda 1,0%

5º Indonésia 0,9%