Brasília registra a maior inflação acumulada do país, de 5,87%

ROSANA HESSEL   Apesar de registrar a segunda maior alta do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em outubro, Brasília acumula a maior variação da inflação oficial do país entre as 16 capitais pesquisadas, de 5,87%,  no acumulado de 12 meses até outubro, bem acima da média nacional, de 4,82% no mesmo período.   Conforme […]

ROSANA HESSEL

 

Apesar de registrar a segunda maior alta do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em outubro, Brasília acumula a maior variação da inflação oficial do país entre as 16 capitais pesquisadas, de 5,87%,  no acumulado de 12 meses até outubro, bem acima da média nacional, de 4,82% no mesmo período.

 

Conforme os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA registrou alta de 0,24% em outubro, em grande parte, devido ao aumento dos preços das passagens áreas, que dispararam 23,7%  no mês. Em Brasília, a variação do indicador foi de 0,62%, acima da média nacional a atrás apenas da alta do IPCA em Goiânia, de 0,80%.

 

Um dos vilões dessa variação mais elevada do que a média do país em Goiânia e Brasília foi o reajuste da energia elétrica, de 5,91% e de 9,65%, respectivamente desde 22 de outubro, de acordo com as informações do IBGE.

 

O grupo habitação, com alta de 1,22%, foi o segundo que mais puxou a inflação de Brasília para cima no mês passado, com contribuição de 0,16 ponto percentual no índice mensal. Os maiores responsáveis foram energia elétrica residencial e condomínio, com altas de 4,34% e 1,50%, respectivamente.

 

Conforme os dados do órgão ligado ao Ministério do Planejamento e Orçamento, sete dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados em Brasília registraram altas no IPCA de outubro. O grupo que mais puxou o índice de carestia na capital federal para cima, com impacto de 0,21 ponto percentual foi o de transportes. O resultado, segundo o IBGE, foi influenciado pelo aumento de 22,1% nos preços das passagens aéreas, subitem com maior contribuição individual (0,34 ponto percentual) no índice do mês.

 

Outras altas importantes para o resultado do grupo foram de conserto de automóvel (1,79%) e emplacamento e licença (1,15%). Em relação aos combustíveis (-1,70%), houve queda no preço da gasolina (-1,72%), do óleo diesel (-1,28%) e do etanol (-2,12%).

 

O grupo alimentação e bebidas subiu 0,52% em outubro, depois de cinco quedas consecutivas na capital federal. O resultado deve-se, principalmente, às altas em tubérculos, raízes e legumes (de 6,63%), como cebola (16,84%), tomate (4,66%) e batata-inglesa (17,37%); carnes (2,18%), como picanha (6,69%), contrafilé (2,31%) e alcatra (1,73%); alimentação fora do domicílio (0,39%), como refeição (0,57%) e cerveja (1,69%). No lado das quedas, os destaques vieram do leite longa vida (-4,83%), banana-d’água (-9,59%) e queijo (-1,53%).

 

Inflação dos mais pobres

 

Em outubro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação das famílias mais pobres, ficou bem abaixo do que o registrado pelo IBGE. Com alta de 0,12%, a, variação ficou próxima à do mês anterior, de 0,11%.

 

O INPC é o indicador utilizado para o reajuste do piso salarial e mede a inflação das famílias com rendas de até cinco salários mínimos. No ano, o índice acumula alta de 3,04% e, nos últimos 12 meses, de 4,14%, abaixo dos 4,51% observados nos 12 meses imediatamente anteriores, de acordo com dados do IBGE. Em outubro de 2022, a taxa foi de 0,47%.

 

Conforme os dados do IBGE, os produtos alimentícios apresentaram variação de 0,23% em outubro, após a queda de 0,74% em setembro. Nos produtos não alimentícios, houve alta de 0,09%, abaixo do resultado de setembro (0,38%).

 

Sete áreas tiveram queda de preços em outubro. Os menores resultados foram em Porto Alegre, Recife e São Luís (-0,16%, nas três áreas), influenciados pela queda da gasolina (-3,59%, -3,55% e -3,94%, respectivamente). Já o maior resultado foi em Goiânia (de 0,86%), influenciado pela alta da energia elétrica residencial (5,53%).