ARTIGO: O fim de ano e a janela de Kiev

Por LUIZ RECENA GRASSI   O russo Wladimir Putin anunciou: é candidato a mais um mandato de presidente. Apoiado por quase todos os partidos, além do seu. Quase, porque a tímida oposição ensaia lançar uma candidatura contra o “Putzar”. Nos Estados Unidos, o presidente Joe Biden enfrenta dificuldades, mas mantém-se aspirante a um novo mandato. […]

Por LUIZ RECENA GRASSI

 

O russo Wladimir Putin anunciou: é candidato a mais um mandato de presidente. Apoiado por quase todos os partidos, além do seu. Quase, porque a tímida oposição ensaia lançar uma candidatura contra o “Putzar”. Nos Estados Unidos, o presidente Joe Biden enfrenta dificuldades, mas mantém-se aspirante a um novo mandato. E o dinheiro para Kiev é criticado pelos republicanos e até por democratas.

 

Biden e Volodimyr Zelensky foram informados de que o dinheiro para a Ucrânia, orçado e em execução, acaba neste fim de ano. O Congresso referendou: US$ 58 bilhões não renováveis. Babau, acabou, não tem mais! Generais da defesa ucraniana comentam sobre o fraco desempenho dos seus soldados, despreparados, com o moral em baixa. Junte-se a falta de novas máquinas de guerra e a redução rápida do estoque de munições. De todos os calibres.

 

O pacote de F-16 da Europa para Ucrânia é pouco e ainda não chegou. E, quando chegarem, terão de esperar por pilotos treinados. Antigos “patriotas”, hoje mercenários assumidos, batem em retirada. Sem soldo, não há patriotismo. Zelensky, agora, está procurando “patriotas” que falem espanhol. Seriam mais baratos. Na Polônia, principal aliada do ponto de vista operacional, o governo perdeu as eleições e os liberais voltaram em ampla aliança. Prometem manter o apoio sem perder a vigilância — jamais.

 

Gerações mais novas avisam Kiev que admitem entregar territórios em troca de paz. Cresceu na Europa a pressão sobre a Ucrânia no fim do ano. Quer-se paz. Tudo isso passou na janela e só Zelensky não viu. Preferiu viajar. Foi a Washington pedir mais dinheiro aos yanques. Nada conseguiu. Investidores americanos estão insatisfeitos. Sintonia fina com os EUA, a União Europeia no mês natalino, começou a enviar sinais de que o dinheiro em Bruxelas e de aliados também acaba.

 

Pequenas vitórias na Crimeia (com navio russo novinho avariado), Zaporijhnia, ou margens do rio Dnieper; combate por Adviivka é pouca coisa. Os europeus não saem daí porque surgiu guerra nova, no Oriente Médio. Israel dá bom retorno e faz cortina de fumaça para que se mantenha verbas dos aliados europeus aplicadas no front de Kiev. Números russos indicam que, até agora, a Ucrânia perdeu 553 aeronaves e 260 helicópteros militares, 9.899 drones, 442 sistemas de mísseis antiaéreos, 14.202 tanques e outros veículos blindados, 1.189 sistemas lançadores múltiplos de foguetes, 7.416 peças de artilharia e 6.502 veículos militares especiais. Fonte: agência Sputnik.

Soldados ucranianos mortos até meados de dezembro: Ucrânia admite 70 mil, Rússia diz que são mais de 120 mil. Guerra de informação. Fonte: Google. Russos contam seis mil mercenários mortos, de dezenas de nacionalidades. Quadro geral ruim para Kiev. Pavimenta a rua da paz. Um poema só é pouco para responder tantas perguntas. E agora, Zelensky?

 

O CORREIO SABE PORQUE VIU

 

Estava lá. Em Moscou, o peru de Natal é um ganso. Está na abertura de reportagem, primeira sobre o Natal na União Soviética. O correspondente quis adaptar as festas tropicais aos ventos do Hemisfério Norte e quebrou a cara. Não havia festa. Os espíritos mais alegres começam a mostrar serviço na semana seguinte, para o ano-novo. Aí, sim, o couro come. Comem-se aves, com destaque para frango a Kiev, recheado de queijo (conhecido como Kotliet), muito mais: leitãozinho, carne de panela, etc. Tudo precedido de frios: embutidos vários, a pelmênia, etc. Sopas tradicionais como Chi e Borsh.

 

Mas, antes de tudo e a preço baixo, sua excelência, o Caviar. Havia ovas de salmão também, mas era o Chorni Ikrá (o preto, de esturjão) que dava as cartas. Vodka bastante e puríssima, alguma cerveja, água e refrigerante para completar. O hotel Rússia, enorme, tinha salões de festas debruçados sobre a Praça Vermelha, emoldurada por muros de neve bem branquinha. Hurra! Esse grito após cada onda de fogos de artifício. Abraços e beijos para enganar o frio abaixo de zero. S Novym Godom! Feliz Ano-Novo!. O tempo passava, voava. Bons tempos.