A estagnação do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre de 2025 colocou o Brasil na 11ª colocação no ranking global, e, com isso, o país deixou a lista das 10 maiores economias entre as maiores economias do mundo, devido exclusivamente ao avanço da Rússia, que roubou duas posições e ultrapassou o Brasil, que ocupava a 10ª colocação, conforme levantamento da Austin Rating.
Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta quinta-feira (4/12), mostram que o PIB brasileiro estagnou no terceiro trimestre do ano, registrando variação de 0,1% na comparação com os três meses anteriores. Esse resultado, segundo o levantamento da Austin, coloca o país na 34ª colocação entre 62 países pesquisados pela consultoria. Na listagem, o desempenho do PIB brasileiro ficou bem abaixo da média global, de 0,6%.
O principal destaque, segundo ele, foi a Rússia, que passou a ocupar a 9ª posição no ranking estimado para 2025, melhorando muito sua posição em relação ao ranking de 2024, em que estava na 11ª posição, e em relação ao relatório de abril, que também ocupava a 11ª posição para 2025.
O ranking considera os dados do último relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI), divulgado em outubro, o Panorama Econômico Global (WEO, na sigla em inglês), que atualizou as projeções para todos os países membros do organismo multilateral.
De acordo com Alex Agostini, economista-chefe da Austin, entre os diversos indicadores revisados, o relatório revelou que houve mudanças importantes de posições entre as nações que compõem as 15 maiores economias do mundo pelo PIB em dólares, que representam 75% do PIB global.
“De uma única vez, a Rússia ultrapassou o Brasil, que era a 10ª economia, e o Canadá, que ocupava a 9ª colocação e, por muito pouco (apenas US$ 3 bilhões) quase ocupa a 8ª posição da Itália”, destacou Agostini. Segundo ele, considerando que o relatório do FMI é com base em dados compilados até o primeiro semestre, muito provavelmente, a Rússia deverá superar a Itália. Nessa listagem, o PIB brasileiro, em dólares, somou US$ 2,25 trilhões.
Os Estados Unidos seguem na liderança, com um PIB projetado para este ano de US$ 30,6 trilhões, seguido da China, com PIB de US$ 19,4 trilhões. A Alemanha, em terceiro lugar, tem um PIB de US$ 5 trilhões. (Veja tabela abaixo)
“Não é que as economias do Brasil, Canadá e Itália derraparam ou pioraram entre o início de 2025 e o momento atual. Muito pelo contrário, pois o Brasil inclusive teve valorização do real e melhora nas expectativas de crescimento do PIB e até diminui a distância entre Canadá e Itália, que praticamente não alteraram suas projeções desde o início do ano”, disse Agostini. Para 2026, ele prevê o PIB brasileiro mantendo a mesma classificação de 2025.
Segundo o economista, o fato é que houve forte valorização da moeda da Rússia (o rublo) de mais de 39% neste ano de 2025 refletindo o controle de capitais instituído pelo país após sanções econômicas e saída do sistema Swift, em 2022, elevados níveis de taxa de juros (inclusive com recorde histórico de 21% em junho deste ano), além da recuperação de parte da confiança dos investidores estrangeiros com o potencial fim da guerra contra Ucrânia e também devido ao enfraquecimento do dólar nos últimos meses com o ciclo de queda dos juros básicos nos Estados Unidos.
Para Agostini, a perspectiva é de que o dólar deverá seguir enfraquecido no próximo ano, com a provável indicação de Kevin Hassett, diretor do Conselho Nacional de Economia dos EUA, para a presidência do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano), uma vez que ele tem um perfil mais “dovish” (mais tolerante com a inflação) do que o atual presidente do Fed, Jerome Powell, que fica no cargo até maio do próximo ano.
