A 19ª rodada da pesquisa Genial/Quaest de avaliação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) revela a interrupção da recuperação da aprovação do presidente, que vinha ocorrendo desde maio, quando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enviou a carta para o governo brasileiro anunciou o aumento das tarifas sobre produtos brasileiros para 50%. Enquanto isso, a desaprovação voltou a aumentar, após o aumento da preocupação com a violência entre os eleitores.
A desaprovação recuou um ponto percentual entre outubro e novembro, para 47% e a aprovação aumentou um ponto percentual, para 50%. Com isso, a diferença aumentou para três pontos percentuais, de acordo com a pesquisa divulgada nesta quarta-feira (12/11).
De acordo com o levantamento, a megaoperação policial do governo do Rio de Janeiro, em 28 de outubro, contribuiu para essa queda na aprovação do governo Lula diante do aumento da preocupação dos eleitores em relação à violência. Entre outubro e novembro, essa preocupação subiu de 30% para 38% entre os entrevistados. Em segundo lugar continuou a economia, com 15% das respostas.
A aprovação de Lula caiu até mesmo entre os eleitores que são beneficiários do Bolsa Família, principal programa de assistência social dos governos do petista. Entre outubro e novembro, a aprovação do presidente recuou de 67% para 65%, e, no mesmo período, recuou de 44% para 43% entre os não beneficiários. Já a desaprovação de Lula subiu de 31% para 32% entre os beneficiários do Bolsa Família na mesma base de comparação. E, entre os não beneficiários, a desaprovação avançou de 53% para 54%.
A avaliação negativa do governo também voltou a subir após quatro meses seguidos de queda, após atingir o pico de 43% em março. Entre outubro e novembro, passou de 37% para 38%.
Preocupação com a violência
A pesquisa realizada pela Quaest em parceria com a Genial Investimentos revela que a avaliação do governo federal na esfera da segurança pública é vista como regular por 36% dos entrevistados e negativa para 34%. Em março, esse percentual era de, respectivamente, 32% e 38%. Os governos estaduais têm 70% de avaliação entre positiva (35%) e regular (35%), e 27% de avaliação negativa.
O levantamento indicou ainda que as notícias positivas do governo estagnou. Em julho, 22% dos entrevistados diziam ter ouvido mais notícias positivas do que negativas. E, em setembro, esse percentual subiu para 27% e, depois, para 30% em outubro, e, na pesquisa atual, passou para 29%.
As avaliações sobre o desempenho da economia pioram, uma vez que 43% dos entrevistados consideram que houve piora, acima dos 42% de outubro. Enquanto isso, 32% consideraram que ficou do mesmo jeito, abaixo dos 35% do mês anterior.
E, como nas pesquisas anteriores, a expectativa para os próximos 12 meses é de que a economia vai melhorar. Contudo, 58% dos entrevistados consideram que o Brasil está indo na direção errada, acima do índice da pesquisa anterior, de 50%, mesmo percentual de janeiro deste ano.
Encontro entre Trump e Lula
A pesquisa ainda dedicou um bloco à avaliação do encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump, dos Estados Unidos, em 26 de outubro, na Malásia, e constatou que o evento foi conhecido pela maioria dos eleitores: 65%. Outros 34% ficaram sabendo na entrevista.
Após o encontro, o presidente saiu mais forte para 45% dos entrevistados, enquanto 30% acreditam que ele saiu mais fraco. Para 51% dos eleitores, os dois presidentes vão chegar a um acordo para reduzir as tarifas, e para 39% isso não vai acontecer.
A pesquisa foi realizada entre os dias 6 e 9 de novembro. Foram realizadas 2.004 entrevistas presenciais com brasileiros de 16 anos ou mais. A margem de erro estimada é de dois pontos percentuais.
Veja alguns destaques da pesquisa:
