Para a ampla maioria dos moradores do estado do Rio de Janeiro, é preciso ampliar as punições dos integrantes de organizações criminosas e enquadrar essas quadrilhas como terroristas. De acordo com Pesquisa Genial-Quaest divulgada nesta segunda-feira (3/11), para 85% dos entrevistados, a pena para assassinos integrantes de organizações criminosas deve aumentar e 72% defendem enquadrar as organizações do crime organizado como terroristas. Além disso, para 62% dos entrevistados, o direito de visita íntima desses criminosos integrantes de facções deve ser retirado.
De acordo com o levantamento da Quaest encomendado pela Genial Investimentos, 24% apoiam facilitar a compra ou acesso a armas de fogo. Entre os eleitores declarados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, 86% apoiam o aumento da pena e 49% concordam em enquadrar organizações do crime organizado como organizações terroristas. Já entre os bolsonaristas, esse percentual é maior, de 99% e 95%, respectivamente.
“Só não há diferenças entre grupos políticos em relação ao aumento de pena para quem comete homicídio a mando das facções e à obrigatoriedade dos policiais trocarem informações sobre criminosos. Em todas as outras propostas há diferenças significativas entre eleitores de esquerda e direita”, escreveu Felipe Nunes, presidente e fundador da Quaest.
Na Câmara dos Deputados, parlamentares da direita defendem a votação do projeto de lei (PL) 1283/2025, que propõe classificar as facções criminosas como organizações terroristas. Enquanto isso, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança, que é defendida pelo governo federal, tem apoio de 52% dos entrevistados pela Quaest.
Foram entrevistadas 1.500 pessoas em 40 municípios do estado do RJ entre os dias 30 e 31 de outubro. O nível de confiabilidade da pesquisa é de 95% e a margem de erro é de 3 pp.
Apoio à GLO
A escalada da violência no país, que culminou com a megaoperação do governo do estado do Rio de Janeiro, nos Complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte da capital fluminense, que resultou em 121 mortos, o maior massacre do país desde a chacina do Carandiru, na Zona Norte de São Paulo, acendeu o alerta para a reunião de cúpula da 30ª Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre mudanças climáticas, a COP 30, nos próximos dias 6 e 7, em Belém, antes do início dos encontros da COP 30, no dia 10.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou um decreto, publicado no Diário Oficial da União, desta segunda-feira (3/11), que autoriza o emprego das Forças Armadas em operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) entre 2 e 23 de novembro de 2025 por conta da COP 30. Esse instrumento, já usado no passado, continua sendo aprovado pela população do estado, de acordo com a pesquisa: 59% defendem que o governo federal o decreto da GLO, como aconteceu em 2018.
Contudo, para 38% dos entrevistados o governo não deveria decretar GLO. “As diferenças de apoio à GLO entre moradores da cidade do Rio e de outras regiões são prova de que quem viveu o cenário com GLO não necessariamente o aprova novamente”, destacou Felipe Nunes.