Às vésperas da realização da 30ª Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre mudanças climáticas (COP 30), em Belém, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) parece ter dado um tiro no pé ao autorizar a Petrobras a explorar a Margem Equatorial do Amazonas. A medida, além de ir na contramão das propostas para a descarbonização previstas para a agenda da Conferência, é vista como positiva para a minoria dos internautas, segundo a Quaest.
Ontem, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) concedeu a licença ambiental para a exploração de petróleo na Margem Equatorial do Amazonas pela Petrobras. Conforme monitoramento feito pela consultoria Quaest divulgado nesta terça-feira (21/10), a maioria dos internautas foi neutra sobre o assunto, apesar de políticos da base governista comemorarem a autorização, como o líder do governo no Senado, Randolfe Rodrigues (PT-AP), e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
Conforme os dados da Quaest , o sentimento dos internautas sobre a exploração de petróleo na Margem Equatorial foi positivo apenas para 10% dos internautas. Enquanto isso, para 63% das citações dos internautas, o sentimento foi neutro. Outros 27% avaliaram a medida como negativa.
Na data do anúncio da concessão da licença do Ibama para a Petrobras, ontem, o volume de menções atingiu o ápice de 8,4mil interações em um único dia, segundo o monitoramento da Quaest. E, entre os dias 8 e 21 de outubro, foram registradas 20,8 mil menções com 10,1 mil autores únicos, “demonstrando o grau de engajamento e diversidade de vozes”, segundo a consultoria.
Nos últimos dias, de acordo com a Quaest, a discussão vinha ganhando corpo com críticas públicas nas redes por especialistas, como o climatologista Carlos Nobre, além de postagens sobre as tratativas entre Ibama e Petrobras.
A coleta dos dados nas redes sociais foi realizada entre os dias 8 e 21 de outubro, em blogs, Bluesky, Facebook, fóruns, Instagram, LinkedIn, portais de notícia, QQ, Reddit, sites de review, Threads, TikTok, Tumblr, X e YouTube.