Genial/Quaest: Lula mantém liderança em todos os cenários de segundo turno

Presidente Lula segue com vantagem sobre os demais candidatos da oposição em todos os cenários em um eventual segundo turno, com van. Preferência em um eventual segundo turno enquanto bolsonaristas

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante visita aos carros da GWM. Pequim - China. Foto: Ricardo Stuckert / PR

Enquanto o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) segue inelegível e, agora, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos e três meses de prisão no julgamento da trama golpista, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera a preferência dos eleitores na corrida eleitoral de 2026 em todos nove cenários traçados pela Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quinta-feira (18/9). A vantagem do petista variou de de sete até 19 pontos percentuais.

Entre agosto e setembro, a preferência dos eleitores em candidatos da família do ex-presidente diminuiu, inclusive, conforme o levantamento da Quaest em parceria com a Genial Investimentos. Em um eventual segundo turno, Lula vence o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) por oito pontos percentuais, com o placar de 43% a 35%, o mesmo registrado em agosto.

Apenas contra o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) o placar de Lula é mais estreito do que contra Tarcísio: 40% a 33% – uma vantagem de sete pontos percentuais. Foi a primeira vez que Quaest incluiu Ciro nos cenários de segundo turno na pesquisa.

No embate contra Bolsonaro, a vantagem do petista é de 13 pontos percentuais, com 47% das intenções de voto para Lula e 34% para o ex-capitão. Em relação a agosto, Lula manteve o percentual, enquanto Bolsonaro, que tinha 35%, viu a preferência encolher um pouco em setembro.

Segundo a pesquisa, 76% dos entrevistados consideram que Bolsonaro deve apoiar outro candidato, dado 11 pontos percentuais acima do percentual de agosto, de 65%. Quarenta e nove por cento dos eleitores ainda afirmaram que têm mais medo da volta do ex-capitão ao poder — dado acima dos 47% de agosto. Enquanto isso, o percentual dos entrevistados que têm mais medo de Lula continuar no poder passou de 39% para 41%.

A vantagem de Lula contra os demais integrantes da família Bolsonaro é mais ampla no segundo turno. Contra a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), por exemplo, a diferença chega a 15 pontos (47%x32%); e contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) o placar é favoravel para o petista em 18 pontos percentuais: 47% a 29%. Ambos registraram queda na preferência de voto na comparação com a edição de agosto. Eduardo tinha 32% das intenções de voto e passou a ter 29%. Enquanto isso, Michelle tinha 34% e perdeu dois pontos percentuais.

Na disputa com o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), o placar é de 44% a 32%, com 12 pontos percentuais de vantagem para Lula. E, contra os governadores de Goiás, Ronaldo Caiado (União), do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD), e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), as vantagens para Lula são, respectivamente, de 15, 19, 13 pontos percentuais.

O percentual de indecisos oscilou entre 2% e 4% e o de brancos e nulos variou de 17% a 25%, segundo o levantamento.

Candidaturas e alternativas

Na pesquisa espontânea, o nome de Lula oscilou positivamente mais uma vez e aparece com 18% das intenções de voto, em alta gradual que vem desde março, quando o o presidente tinha 9%.

O percentual de indecisos é de 68%, percentual estável em relação às duas edições anteriores. Enquanto isso, Bolsonaro teve 6% as respostas, resultado do terceiro recuo consecutivo, Tarcísio teve 2% das respostas, com oscilação positiva de um ponto percentual. Ciro Gomes obteve 1% das intenções de voto. Michelle e Ratinho não foram citados.

A candidatura do presidente Lula continua tendo opinião contrária da maioria dos entrevistados, com resultado estável em relação às duas pesquisas anteriores. São 59%, contra 58% em agosto e julho. Outros 39% dizem que o candidato deve ser Lula.

Mas, caso o presidente não se candidate à reeleição, o preferido para substituí-lo é o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSD), com 9%. São 8% os que não aprovam nenhum dos nomes apontados até agora. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, teve 5% das respostas – menos do que a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (6%).

De acordo com a pesquisa, se o ex-presidente não conseguir reverter a inelegibilidade, o candidato preferido dos entrevistados para substituí-lo continua sendo Tarcísio de Freitas, que aparece com 15% das respostas. No entanto, esse percentual é menor do que os 28% que escolheram a opção “nenhum desses”, indicando que ainda não se consideram representados por nenhum dos nomes na corrida eleitoral.

Tarcísio, no momento, vem sendo apontado como o candidato da preferência do mercado financeiro, mas analistas reconhecem que o discurso extremista do governador paulista nas comemorações de 7 de Setembro, não ajudou a ganhar votos e ainda afugenta eleitores que não querem saber de polarização e que podem definir as eleições do próximo ano.

“O discurso de Tarcísio não ajudou a conquistar o eleitor mais moderado, mas na estratégia política, pareceu necessário para ele conquistar apoio de Bolsonaro. Mas se ele seguir essa retórica, pode ser ruim (para a candidatura)”, avaliou Maurício Valadares, diretor de investimento da Nau Capital.

A pesquisa Genial/Quaest ouviu 2.004 eleitores entre os dias 12 e 14 de setembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais e o nível de confiabilidade, de 95%.

Veja alguns destaques da pesquisa