O tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, nesta sexta-feira (5/9), em sessão extraordinária, a fusão entre Marfrig e a BRF, criando a MBRF Global Foods, empresa que nasce como uma das maiores do setor de alimentos do mundo, dona de marcas como Sadia, Perdigão, Qualy e Bassi.
A decisão foi unânime e ratifica as análises anteriores do órgão antitruste reafirmando que as empresas já integravam o mesmo grupo econômico, sem apresentar riscos concorrenciais, e formaliza a autorização da autarquia para a criação da MBRF.
O conselheiro do Cade Carlos Jacques, que havia pedido vistas do processo em 20 de agosto, liberou seu voto na última sessão ordinária, na quarta-feira (3/9), e foi convocada sessão extraordinária nesta sexta para a conclusão do julgamento. Com a apresentação do voto que faltava, foi declarado o resultado, com a aprovação da operação, sem restrições.
“A aprovação pela autarquia fazia parte das condições previstas no protocolo celebrado entre as empresas em 15 de maio de 2025. A fusão já havia sido aprovada pela ampla maioria dos acionistas de ambas as companhias, em assembleias gerais extraordinárias realizadas em 5 de agosto de 2025”, de acordo com nota da BRF.
Com receita líquida anual de R$ 152 bilhões e 38% do portfólio composto por produtos de valor agregado, a MBRF consolida uma operação robusta e estratégica no mercado global. A fusão, segundo informações da BRF, permitirá a captura de sinergias relevantes entre os negócios e amplia as vantagens competitivas nos diversos mercados e setores em que atuam em 117 países.
“A fusão potencializa a presença global das marcas e a geração de valor para acionistas, colaboradores, parceiros, clientes, consumidores e para a sociedade”, informou a nota.
A empresa possui 130 mil colaboradores e produzem 8 milhões de toneladas de produtos por ano, que chegam a mais de 425 mil clientes e a milhões de consumidores em todo mundo.
De acordo com informações de comunicado das duas empresas na época do anúncio da fusão, a transação prevê a incorporação das ações da BRF pela Marfrig em uma relação de troca de 0,8521 ação da Marfrig por cada ação da BRF detida, que já considera a distribuição máxima de proventos pelas companhias sendo R$ 2,5 bilhões pela Marfrig e R$ 3,5 bilhões pela BRF aos acionistas.