Era um jogo de cartas marcadas, mas acabou surpreendendo pela rapidez do processo, evitando ruídos no mercado financeiro. O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para ser o novo presidente do BC, a partir de 2025, foi aprovado, rapidamente pelos senadores, por 66 votos a favor e cinco votos contrários no plenário no Senado Federal, nesta terça-feira (8/10).
Mais cedo, a aprovação do nome do economista pelos integrantes da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado foi unânime, como as últimas decisões do Comitê de Política Monetária (Copom), em uma sabatina tranquila de cerca de quatro horas e meia.
Após o resultado do plenário do Senado, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em nota, elogiou a decisão e o processo “célere e tranquilo” da Casa. “Cumprimento ainda o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e todos os senadores pela condução do processo de sabatina e aprovação naquela casa”, destacou o comunicado.
“Reiteramos que vemos com muito promissor o futuro mandato à frente da autoridade monetária, desejando sucesso a Gabriel Galípolo como novo presidente daquela instituição”, acrescentou a nota da Febraban. A entidade ainda elogiou a gestão do presidente do BC, Roberto Campos Neto, que, segundo a instituição, vem conduzindo a transição “de forma serena e institucional”.
O curioso é que o presidente Lula tem ficado bem quieto depois da última reunião do Copom, quando o Banco Central elevou a taxa básica da economia em 0,25 ponto percentual, de 10,50% para 10,75% ao ano, apesar de a decisão ter sido contrária ao que o presidente tem esperado. Campos Neto, nunca era poupado da ira de Lula quando a Selic ficava estável nas reuniões anteriores do Comitê.
Logo, apesar do belo discurso de Galípolo aos senadores, a autonomia da instituição será testada a cada nova reunião do Copom sob a batuta do novo presidente do BC a partir de 2025, especialmente se o governo continuar gastando como se não houvesse amanhã e sem se preocupar em fazer ajustes no lado das despesas.
A Associação Brasileira de Bancos (ABBC), que representa 124 instituições financeiras, incluindo bancos, cooperativas de crédito, instituições de pagamento e financeiras, também parabenizou o futuro presidente do BC . “Acreditamos que sua gestão será fundamental para garantir a estabilidade do sistema financeiro e manter um ambiente competitivo e eficiente. Reforçamos nosso compromisso em apoiar esse avanço contínuo, sempre em prol do bem-estar econômico da sociedade”, informou a nota da entidade.