A escolha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) do nome do diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, para presidir a instituição a partir de janeiro de 2025, no lugar de Roberto Campos Neto, foco de desafetos do petista, era esperada pelo mercado financeiro e foi elogiada por executivos do setor bancário.
Para Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do Conselho de Administração do Bradesco, as qualidades técnicas de Galípolo foram comprovadas em sua gestão à frente da diretoria de Política Monetária do Banco Central. “Pelas declarações e ações, Galípolo demonstra ser um homem de visão ampla, preocupado com o bem maior da economia e da nação”, disse Trabuco, em nota divulgada pela assessoria da instituição financeira. A expectativa dele é que o economista exercerá uma “gestão vitoriosa em sua missão principal de manter a inflação sob controle, com a visão ampliada das circunstâncias de um Banco Central que tem papel fundamental na formação da estabilidade dos mercados”. “Com seu temperamento sereno, Galípolo exercerá papel decisivo para um Banco Central tempestivo e responsável”, acrescentou o ex-presidente do Bradesco.
Marcelo Noronha, principal executivo (CEO) do Bradesco, também elogiou Galípolo e ressaltou que a indicação dele para comandar o BC “confirma as melhores expectativas do mercado, dentro de um processo de transição realizado com segurança e tranquilidade” à frente de um Banco Central autônomo e com gestão independente ao mandato governamental.
“No cargo de diretor de Política Monetária, Galípolo já demonstrou competência técnica e capacidade de interlocução com os mais diferentes segmentos econômicos, o que será fundamental para fortalecer o instituto do Banco Central autônomo. A nossa expectativa é de uma condução sólida e robusta do Banco Central, seja do ponto de vista técnico, seja em relação aos novos e complexos desafios que se impõe no âmbito da regulação do sistema financeiro”, destacou Noronha.
O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, cumprimentou o presidente Lula pela escolha de Galípolo para comandar o Banco Central no próximo ano e afirmou que vê a indicação “com muita tranquilidade e otimismo”..
Na avaliação Sidney, o fato de o diretor Galípolo já fazer parte da diretoria do BC há mais de um ano, participando de todas as discussões e decisões sobre política monetária, “deu a ele plenas condições para assumir a presidência da autoridade monetária”. “Além dos atributos que possui como economista, Galípolo agregou toda essa vivência, especialmente num período que foi muito rico em debates intensos sobre a condução da política monetária. Vejo que o Galípolo teve um importante aprendizado nessa passagem prévia pelo BC”, destacou Sidney, que foi diretor do BC, em nota divulgada pela entidade.
“Basta ver os posicionamentos públicos como diretor, em que tem demonstrado comprometimento com a condução da política monetária naquilo que é essência de um BC independente: manter a estabilidade da moeda, condição necessária para assegurar o poder de compra, além de previsibilidade e segurança para os agentes econômicos tomarem decisões”, acrescentou o texto da Febraban.
Antes de assumir a diretoria de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo foi o número secretário-executivo do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e tem bom trânsito entre os parlamentares do Congresso. Ao lado de Haddad, no Palácio do Planalto, Galípolo agradeceu ao presidente Lula e ao ministro pela indicação. “É uma honra enorme e grande responsabilidade, e estou muito contente”, disse.
A Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), por sua vez, desejou sucesso a Galípolo no comando do Banco Central nas redes sociais. “A Associação espera uma gestão comprometida com o crescimento econômico e social do Brasil por meio de uma política monetária justa e equilibrada”, comentou a postagem da entidade no X, antigo Twitter.