Aqui estou eu de novo para falar de privilégios. Esse assunto é recorrente em Brasília e eu o considero importante porque os privilégios são a raiz de muitos dos nossos problemas na política.
Quando alguém fica cego pelo poder, e o poder realmente inebria, a tendência é de se achar mais importante do que os outros. E quando isso ocorre a gente sabe o restante da história.
Nesta semana, viralizou uma cena que é comum aqui na capital federal: funcionários do Supremo Tribunal Federal segurando as cadeiras para que os ministros se sentem. Eles são conhecidos como “capinhas”, porque usam uma espécie de toga pequenina.
Diante da repercussão, o STF precisou divulgar uma nota para dizer que “não existe um profissional no tribunal dedicado exclusivamente a empurrar as cadeiras dos ministros”.
Esses “capinhas” são assistentes dos ministros, mas, entre outras coisas, eles fazem isto mesmo: ajudam os ministros a se sentarem.
É claro que existem práticas que são próprias da “liturgia do cargo”, mas muitas se confundem com regalias bancadas com o nosso dinheiro. E são situações que não se restringem ao Judiciário.
A provocação vale: precisa mesmo de alguém para ajudar o ministro a se sentar?