‘Orçamento de guerra’ não vai adiantar

Quem toma decisão neste país precisa, de uma vez por todas, entender que as mudanças climáticas estão aí e é preciso olharmos para o futuro

- Foto: Ricardo Stuckert/PR

Em meio à tragédia sem precedentes no Rio Grande do Sul, e assim como na pandemia da Covid-19, políticos se apressam em falar em “orçamento de guerra” para recuperar cidades e salvar vidas. Parabéns (sem ironia). De novo, as autoridades estão demonstrando que, quando a coisa aperta para valer, rapidamente surgem dinheiro, integração e ação.

Mas “orçamento de guerra” não vai adiantar. As mudanças climáticas estão aí. Os negacionistas estavam todos, mais uma vez e infelizmente nesse caso, redondamente errados. As tragédias estão mais perto de nós do que podemos imaginar e, pelo jeito, farão parte da nossa rotina.

Elaboraremos um “orçamento de guerra” a cada batalha contra o clima? Não vai dar certo.

É hora de aproveitar esse dinheiro, essa integração e essa ação para, finalmente, olharmos para o futuro, aquele que não se resume à eleição seguinte.

A “guerra” é maior do que a que está apresentada no Rio Grande do Sul. E quem toma decisão sabe disso.