Nossa memória política é curta, mas até pouco tempo atrás todo mundo em Brasília falava em combate à corrupção. Está certo que existia a áurea da Operação Lava Jato, que se afundou e não existe mais. Mas por que falar de corrupção meio que saiu de moda? Acabou a corrupção no Brasil? Viramos uma Suíça?
É claro que a resposta é não. Ninguém avançou mais com o fim do foro privilegiado, a prisão em segunda instância caiu de vez, e não temos mais procuradores e policiais federais dando entrevistas na TV sobre escândalos.
Corrupção tem conceitos variados, alguns até amplos demais. Basicamente, é quando alguém se apropria de algo que não é seu. No caso de algum bem público, de algo que é nosso.
Historicamente, acumulam-se várias formas de minimizar ou até mesmo relativizar a corrupção. Aquela história de “fulano rouba, mas faz” é uma delas. Teve, inclusive, quem defendesse publicamente anos atrás que a corrupção acaba estimulando a economia.
A verdade é que o alerta precisa estar sempre ligado quando, por exemplo, escutamos frases como “sempre foi assim”, “todo mundo faz”, “não vai mudar, é assim mesmo”. Além disso, temos de lembrar que não existe hierarquia para corrupção. Petrolão ou rachadinha, é tudo corrupção.
E anota aí no seu Bloco de Notas: a raiz da corrupção são os privilégios.