A política à mostra

Não é só no PT ou na esquerda: políticos, de maneira geral, estão perdendo a habilidade de esconder conflitos internos

Ricardo Stuckert/PR

Lula aproveitou uma reunião emergencial com ministros para tratar da situação no Rio Grande do Sul para dar uma nova bronca em seus principais aliados.

Disse o presidente: “Cada ministro que for falar, ou cada ministra, tentar falar sempre a mesma coisa que está acontecendo, não ficar dizendo quando não está acontecendo ou ficar inventando coisa que ainda não discutiu”.

A política sempre foi feita de “lavagem de roupa suja”. Quem é amigo hoje poderá se tornar inimigo amanhã. Quem estará do seu lado amanhã poderá virar adversário na semana seguinte. E por aí vai.

Antes, essas brigas internas ocorriam na surdina e a gente só sabia se alguém resolvesse “vazar para a imprensa” por algum interesse pessoal. Políticos tradicionais sempre tiveram a habilidade de manter as confusões da porta para dentro dos gabinetes. De um tempo para cá, porém, a coisa vem mudando. Não é uma exclusividade do PT ou da esquerda. Tudo está à mostra.

No caso deste terceiro governo Lula, são muitos episódios de “puxada de tapete” e de “fogo amigo” que se acumulam. Também pudera: o petista reuniu um monte de gente diferente — alguns até se odeiam — para compor a chamada “frente ampla” contra Jair Bolsonaro em 2022. O resultado está aí: à mostra.

Anote aí no seu bloco de notas: ouviremos cada vez mais broncas públicas de Lula — e de qualquer outra autoridade.